O espanhol David Ferrer segue perseguindo resultados e após a eliminação precoce no ATP de Buenos Aires, na Argentina, concedeu entrevista ao jornal local La Nación, onde falou, dentre outras coisas, da mudança no jogo de Roger Federer e definiu o 'Big 4'.
Tema da semana, o fim da parceria entre o Rafael Nadal e seu tio e treinador, Toni, ao fim da temporada, Ferrer também comentou estar surpreso com o anuncio, principalmente por ser tão precoce: "Há toda uma história, mas me surpreendi um pouco, sim, porque é inicio de ano, porque Rafa depois da lesão voltou a jogar em grande nível e porque Toni é peça fundamental em seu jogo e sua equipe está também com Charly (Carlos) Moyá. Logo será possível ver, entretanto muita coisa pode acontecer. Eles se ajudam muito entre eles, por isto, me surpreendi com a fala de Toni".
Ferrer, que conhece bem o andamento da equipe de Nadal também comentou a mudança que Roger Federer trouxe para seu jogo e foi importante para a conquista de seu 18º Grand Slam: "Federer se reinventou um pouco, jogou mais rápido que o habitual com três ou quatro golpes, e isso lhe caiu muito bem, chegou muito bem, sobretudo na final, mais descansado que Rafa. Principalmente no backhand, antes dava um passo a mais para trás, agora não sei quantas bolas vencedoras ele fez, algo que já era habitual e saiu excelente", comentou.
Considerado o "melhor entre os mortais" por ter estado parte de sua carreira na cola do chamado 'Big 4', Ferrer foi convidado a definir seus adversários em apenas uma palavra: "De Rafa diria 'educação'; de Roger 'elegância'; de Djokovic 'fair-play'. Murray?... 'Talento'. E de Ferrer: 'garra'. Isso é tudo que tento dar".
Sempre muito articulado, o espanhol falou de diversos temas, relembrou grandes nomes e ex-adversários do tênis argentino e lamentou as curtas carreiras dos dois finalistas de Roland Garros 2004, Gaston Gaudio e Guillermo Coria.
Questionado se pudesse formular um jogador perfeito com base nos argentinos que enfrentou, Ferrer destacou: "O saque de [Agustin] Calleri, o backhand de [David] Nalbandian, o forehand de Calleri, a mão de Coria... De Gaudio colocaria o talento que tinha, era boníssimo. Foi uma lástima que Coria não teve mais anos, porque era um verdadeiro mago da raquete. E Gaudio foi muito bom, um jogadorzaço e você olha para ele agora e sabe que poderia ter sido melhor. Como apaixonado pelo esporte gostaria que seguissem jogando para poder curtir mais", declarou.
Tanto Coria quanto Gaudio se aposentaram do circuito forçados por lesões c e antes dos 30 anos. Coria foi número três do mundo e vice-campeão em Roland Garros. Gaudio, por sua vez, foi o campeão em 2004 em Paris e teve como melhor ranking da carreira o posto de número cinco do mundo. Os argentinos são exatamente da mesma geração de profissionalização de Ferrer, e saíram do juvenil apontados como futuros números um do mundo em virtude de seus talentos.