Jannik Sinner, número 1 do mundo, concedeu uma entrevista especial ao canal italiano Sky Sports na qual falou muito sobre a melhor temporada de sua carreira, que carrega a marca de um processo antidoping, que o inocentou de culpa ou intenção.
Sinner contou que no circuito mundial "todo mundo joga bem" e o que diferenciam os atletas "são pequenos detalhes" e pontua que foi sobre isso que ele aprendeu nesta temporada, a qual conquistou seus dois títulos do Grand Slam (Australian Open e US Open) e assumiu pela primeira vez o posto de número 1 do mundo.
Ao ser questionado sobre o processo antidoping em especial os momentos do processo antes da divulgação dos fatos e também como lidou com a divulgação, mesmo sendo considerado inocente.
O italiano disse que sentiu-se em uma situação delicada antes do início da disputa do US Open, próximo a data de divulgação de seu processo: "Antes de jogar em Nova York, foi difícil antes de tudo porque eu não conseguia me abrir para tantas pessoas. Foi um período muito complicado porque eu não sabia como deveria me comportar, pessoalmente, não sabia o que sairia, não sabia o que aconteceria com a equipe. Só que depois de algumas semanas acordei uma manhã e disse: 'Mas no final eu não fiz nada de errado, não sabia de nada, e então para mim já estava acabado, então o que sai do juiz, o que pode sair ou não pode sair no final eu não posso mais controlar, não?"
Aos 23 anos, Sinner relatou que durante o processo de doping, logo após receber a comunicação da Agência Internacional de Integridade no Tênis (ITIA) e da Federação Internacional de Tênis (ITF) sobre seu positivo no doping viveu momentos de incertezas e também confusão "Eu sabia que estava limpo e então veio isso, eu realmente me questionei porque".
Na sequência, o jovem conta que sentiu-se um pouco isolado, mas que haviam pessoas à sua volta: "Eu não podia mesmo contar com muita gente, não sabia se poderia jogar, e então tive pessoas que estavam ali por mim. Darren (Cahill - seu treinador) foi um deles. Ele poderia ir para a casa (na Austrália), mas ele escolheu permanecer e não saiu do meu lado. Meu pai, ele foi muito importante, porque ele veio para ficar comigo. Eu não fiquei sozinho, por mais que eu não pudesse me abrir ou falar sobre aquilo", revelou.
"Então as pessoas meio que olham [torto] quando eu vou e venço um torneio ou algo e dedico às pessoas que estão à minha volta, perto de mim, mas é a elas quem eu devo sempre ser grato, sem eles eu não conseguiria", confessou.
Jannik Sinner pontua que chegar ao sucesso e ao topo do esporte não o mudou: "Como pessoa, nunca mudei, o sucesso não me mudou e não mudou a forma como trato as pessoas à minha frente, aquelas que conheço. O que muda é que tenho um pouco menos de tempo livre. Porque sou uma pessoa que dedica todo o seu tempo ao trabalho. Então depende de mim. Se eu quiser ir para casa amanhã, também posso ir para lá, mas não quero porque minha carreira começou quando saí de casa aos 13 anos e meio. Agora tenho 23 anos e cheguei ao ponto com que sempre sonhei: me tornar o número um. É precisamente agora que se deve continuar a trabalhar e melhorar, porque há todos os jogadores que querem isso também".
Sinner ainda contou que se vê jogando pelos próximos 15 anos e vê isso como muito possível e é por esta razão que dedica sua vida.