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Maior tenista da história da Argentina tem Alzheimer e está isolado

Sexta, 24 de abril 2020 às 06:35:00 AMT

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A edição online do jornal argentino Olé revelou nesta quinta-feira à noite o drama vivido pelo maior tenista da história da argentina, Guillermo Vilas, ex-número 2 do mundo e dono de 62 títulos profissionais, quatro deles em torneios do Grand Slam. Segundo o diário, Vilas tem Alzheimer.



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Aos 67 anos, Vilas estaria recluso por sua família em sua casa em Monte Carlo em razão da doença, afirmou o jornal que para sustentar a informação entrevistou um dos grandes parceiros de Vilas, Tito Vazquez.

"Fisicamente não é fácil de perceber, mas ele está muito deteriorado. Sua saúde mental está cada vez pior. Ele tem alguns momentos de lucidez, mas não tem consciência do que acontece ao seu redor. Tanto que já chegou a não reconhecer amigos. Há momentos em que ele não consegue manter uma conversa", revelou Vazquez.

O jornal elenca uma série de episódios em que Vilas, publicamente, já dava sinais de manifestações da doença. Uma das primeiras em 2015, quando participando de um programa de TV local ao lado e Gastón Gaudio, campeão de Roland Garros 2004, não conseguia lembrar nem o nome e nem a idade de suas três filhas.

O inventor de um dos golpes mais difíceis e bonitos do tênis, a grand-willy, poderia ter optado por viver em Mônaco para ficar distante dos holofotes na Argentina de assim apresentar o avançar da doença.

As aparições públicas de Vilas são cada vez menores, as mais recentes apenas através das redes sociais, em imagens administradas por sua esposa, Phiangphathu Khumueang, com quem se casou já com os primeiros sintomas da doença, dado depoimento de Vazquez ao Olé, depois de 16 anos de relação. O casal tem um filho, nascido em Mônaco, Guillermo Vilas Jr, hoje com três anos.

Na época do casamento, em maio de 2016, Vilas foi homenageado em Buenos Aires, no lawn Tennis, clube onde é anualmente realizado do ATP 250 portenho, e em seu discurso acabou se perdendo em informações sobre como chegou de Leon à Buenos Aires para treinar e se tornar o maior tenista do país. Vazquez recordou um episódio que lhe marcou nos bastidores do evento.

"Ele estava saindo do estacionamento do Lawn Tennis, dirigindo, até que chegou no potão... e não passou dali. O carro ficou parado ali, até que sua esposa desceu do passageiro e trocou de posição assumindo o volante. Quando Guillermo ia deixar uma mulher dirigir?", questionou Vazquez que ainda revelou que pouco tempo depois, jogando duplas em uma exibição com Vilas, o parceiro apresentava uma grande performance mas se perdia no placar da partida.

"Houve um momento em que ele foi sacar, me aproximei e ele não me reconheceu", contou o ex-tenista.

A reportagem ainda revela que chegou a procurar Vilas para uma entrevista antes de obter a informação da doença, mas que uma pessoa que trabalha para o ex-tenista disse ao jornalista: "Nem eu o incomodo".

Outro jornalista teria comentado à reportagem sobre o bicampeão do Australian Open (1978 e 1979): "Há lugares onde prefiro não em meter. Se eles não falam, respeito, tanto que não o procuraria nem pra uma notinha. Nem se eu pudesse me aproximar, faria. Está muito debilitado..."

 

Vilas, que foi conhecido por ser 'bon vivant', gostar de estar em público, falar em público e da vida com festas e celebrações, foi parcialmente isolado pela família. Em Mônaco tem contato com amigos, antigos rivais e parceiros de circuito, como registram suas redes sociais, mas ali, garante o jornal, mantém a mesma rotina diária, que incluem caminhadas pelos mesmos locais e nos mesmos horários.

Após a publicação do Diário Olé a respeito da saúde do campeão de Roland Garros 1977, alguns profissionais da imprensa especializada argentina condenaram a publicação.

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