Por Dr. Gilbert Bang - Dentre as substâncias proibidas pela WADA (World Anti-doping Agency), os beta-2 agonistas formam a classe S3 da lista. São substâncias semelhantes às catecolaminas produzidas pelo nosso organismo: dopamina, noradrenalina e adrenalina. Essa última já nos remete à lembrança de algo estimulante e, realmente, é isso que ocorre com o uso de higenamine.
Em geral, as catecolaminas aumentam a frequência de batimentos e a força de contração do coração, relaxam a musculatura das vias respiratórias (e por isso são usadas em doenças pulmonares como a asma), estimulam a queima de gordura além de efeitos em outros sistemas orgânicos. Outras substâncias que estão nessa classe e que são bastante usadas por aqui são o Salbutamol (Aerolin) e a Terbutalina (Bricanyl), indicadas no tratamento de doenças respiratórias.
A ITF emitiu recentemente um alerta sobre a substância em virtude do aumento de casos positivos principalmente na Austrália. Entretanto, os casos relacionados não se limitam àquela região nem ao tênis. O uso de higenamine já foi noticiado em mais de dez esportes em diferentes países e por ser veiculado como uma substância natural pode levar as pessoas a usá-la sem grandes preocupações.
Deve-se sempre atentar à composição de medicações e suplementos, pois é considerado doping a simples presença de substância proibida no organismo com algumas exceções conforme a concentração utilizada/detectada e se usada durante ou fora do período de competições.
Outros nomes para Higenamine: Nandina domestica; Demethylcoclaurine; Norcoclaurine; Tinospora crispa; Aconitum japonicum; Gnetum Parvifolium; Asarum hetertropoides.
Sobre Gilbert Bang
Gilbert Bang é médico fisiatra, mestre em Ortopedia e Traumatologia, médico do Centro de Reabilitação do Hospital Albert Einstein (SP), membro da Society for Tennis Medicine and Science (STMS).
Fale com o Bang: gilbertbang@hotmail.com