Por Fabrizio Gallas - João Zwetsch, técnico de Thomaz Bellucci e coordenador, junto com Duda Matos, da academia Tennis Route, destacou que vem buscando um novo trabalho na parte física para seu pupilo poder engrenar e quem sabe alcançar o sonhado objetivo do top 20.
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O brasileiro emplacou vitória sobre Kei Nishikori, quinto do mundo, por 6/3 6/4 na noite de terça-feira, sua segunda vitória sobre um top 5 na carreira e o treinador destacou a consistência e paciência como fator chave: "Nós criamos as condições. Ele (Thomaz) é que tem que ter a percepção, paciência. Sabemos que ansiedade é normal, mas temos que ter certo nível de controle, que não nos absorva. E quando ele consegue fazer isso vemos que o potencial aparece rapidamente. Estamos fazendo adaptações no físico dele, no mental. Thomaz está fazendo algumas coisas no mental. Ele é um cara forte, pode ganhar de um Nishikori como ganhou ontem sem fazer uma grande partida, ele jogou correto. Soube sair de uma situação ali, fez algumas besteiras, mas soube lidar depois, ele sentiu a ansiedade, viu que a coisa estava chegando próxima, mas logo depois recuperou e transformou isso em uma vitória. Essa é nosso busca maior, que tenha consistência com mais tempo, espero que conseguimos seguir assim, ter padrão de qualidade que pode ter. Que esse ano sirva de fato para ele criar um ambiente, estrutura de consistência que se espera dele".
"É o ano de ambicionar uma forma consistente de atuar, de jogar. Vitórias são consequências de outras coisas. Pro Thomaz essa questão dele poder estar mais tranquilo em quadra, pro que ele tem que fazer, usar maturidade de resolver problemas dentro da quadra, pra caras como ele que são mais agressivos, às vezes poder dar um winner é o mais necessário no momento, se ele não está tão confortável mover o adversário de um lado pro outro pode ser a melhor solução, foi o que ele fez ontem, passou um pouco da conta ontem, mas ele é extremamente agressivo, mas eu prefiro isso do que o lado onde há limitação maior e fica menos competitivo."
Thomaz já foi 21 do mundo e soma agora sua sexta vitória sobre um top 10, primeira desde julho de 2012 e a ambição é entrar no grupo dos vinte melhores: "Acredito muito, se não não estaria trabalhando com ele, tem muito potencial a top 20, mas tem coisas que precisam ser melhoradas, ontem ele aguentou seis, sete bolas, certos momentos surge a oportunidade de ser mais agressivo, padrão de jogo tem que ser elaborado, ter volume agressivo, ter construção e não contar com um tiro que às vezes se não for na veia".
O gaúcho conta que Bellucci iniciou, no começo do ano, um trabalho com Alex Matoso, preparador da própria academia, após terminar amigavelmente parceria com André Cunha. É outro ponto que o técnico acredita que pode melhorar no jogador, a parte física: "Ele tem em certos momentos, em lugares de calor e umidade muito fortes quando ele desliga, queda muito brusca de performance. Estamos há muito tempo tentando resolver isso, mudou o preparador físico, trabalhando com o Alex Matoso há dois meses da Tennis Route, linha de trabalho. Estamos em um caminho bom, cada vez melhor nesse trabalho. Independente do esporte o atleta se alimenta ou tem como base em questão básica de preparação física dois fatores, força e resistência. Qualquer atleta que se sinta forte e resistente ele se sente apto a fazer a praticar sua atividade. No alto rendimento precisamos polir isso cada vez melhor, agilidade, flexibilidade, todas as coisas precisam estar presentes, mas se essencialmente esses dois fatores se fazem presentes ele se sente apto a jogar duas, três horas. É necessário o atleta ter essa confiança, condição de resistir ao que possa ser exigido dele. Isso que estava defasado dele, fizemos um trabalho focado nisso, ainda está no começo. Ele vinha trabalho ótimo com o André pois a linha ficou limitada pras necessidades dele, resolveu mudar de forma tranquila".