O próximo adversário do carioca João Fonseca na chave do Challenger de Phoenix, nos Estados Unidos, será o alemão Jan Lennard Struff, ex-top 21 e atual 46º, que tem uma trajetória não linear e com recordes tardios.
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Struff foi um tenista que se formou basicamente dentro da estrutura de uma única academia, pertencente a renomada treinadora alemã Ute Stakerjahn, com quem trabalhou desde suas primeiras raquetadas aos 6 anos de idade e seguiu com exclusividade até os 19 anos. O vínculo com Ute afastou o tenista dos programas da Federação de tênis de seu país, mas os resultados juvenis chamavam a atenção, mas que não rendeu nenhum tipo de apadrinhamento por parte dos torneios de seu país.
Em 2012, buscando construir seu próprio caminho, ele assinou com o treinador Carsten Arriens, com quem trabalha até os dias de hoje. Os dois seguiram vinculados a academia de Stakerjahn, que por conta de um contrato assinado pelos pais do tenista, tinha direito a parte de todos os seus ganhos até sua aposentadoria. Em 2015, os dois optaram por deixar a academia, o que gerou um processo por parte da treinadora. Ao sair da academia, Struff havia acordado em ceder parte de sua premiação e valores da patrocínio até junho de 2016, mas a treinadora argumentou que investiu na carreira do tenista por anos e queria uma indenização. A justiça alemã determinou ao fim que Struff pagasse um valor acima dos 300 mil euros que propôs no acordo, mas recusou que a treinadora seguisse tendo parte nos contratos de patrocínio do tenista e ganhos até a aposentadoria.
As dificuldades fora de quadra atrasaram o desenvolvimento do tenista que era esperança alemã quando juvenil. Sua primeira vitória em nível ATP veio apenas aos 23 anos, na chave do ATP de Munique em 2013.
A ascensão no circuito foi lenta e também em 2013 foi a primeira vez que o alemão furou a barreira dos 100 melhores do mundo. Entretanto, sua consolidação na lista dos melhores do planeta veio em 2014, a partir da 2020 o tenista se consolidou definitivamente entre 40 melhores do mundo e alcançou seu melhor ranking, 21º, em junho de 2023.
Na sequência de seu melhor ranking da carreira aos 33 anos, Struff sofreu sua maior e mais difícil lesão da carreira, no quadril, que o tirou do circuito por meses e chegou a colocá-lo como 167º do mudo naquele mesmo ano.
Struff comentou posteriormente que àquele 'foi o período mais difícil' de sua carreira e relatou que sofreu muito: 'Eu não podia fazer nada, sequer conseguia amarrar meu tênis ou calçar meus sapatos sozinho', declarou em seu retorno no US Open.
A lesão do quadril persistiu e chegou a tirar o alemão dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, quando ele desistiu sem entrar em quadra, após uma sessão de treinos com choro, reportou à época a agência de notícias alemã DPA.
Jan Lennard Struff soma alguns recordes tardios em sua carreira. Em 2018 ele tornou-se o primeiro tenista na Era Aberta a sair de dois sets abaixo nas duas primeiras rodadas de Wimbledon e vencer. Sua primeira final nível ATP foi apenas aos 31 anos, na chave de Munique. Três anos mais tarde, o torneio alemão tornou-se o primeiro, e até então único, título ATP de sua carreira.
A conquista em abril de 2024 aconteceu dia 21, quatro dias antes dele completa 34 anos. O título em Munique fez se Struff o terceiro tenista mais velho desde 1990 a conquistar seu primeiro ATP.
O alemão encara João Fonseca nas oitavas de final do Challenger de Phoenix, onde jogou pela última vez em 2023 e fez semifinal. Em seu histórico, Struff possui 74 vitórias em sua carreira contra tenistas abaixo dos 21 anos, quando o recorte é diante de tenistas brasileiros, o alemão venceu sete duelos e perdeu quatro, sendo um para o paulista Thomaz Bellucci, no único duelo entre eles; e três para o cearense Thiago Monteiro, a quem venceu uma única vez.
Esta é a primeira vez que Struff enfrenta João Fonseca.