Fernando Meligeni, ex-top 25 e semifinalista de Roland Garros, comentou sobre o duelo entre João Fonseca contra Tommy Paul realizado na noite de sábado e o que lhe chamou atenção no jovem brasileiro de 18 anos. Crédito: Reprodução New Balls Please
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"Tinha feito pouco jogo do Paul, não tinha feito nenhum do João, óbvio que vi praticamente todos os jogos dele. Me chamou muito a atenção a inteligência do Tommy Paul. A gente quando está vendo jogo de alguém que quer que ganhe colocamos todas as fichas em cima dele. 'Ele errou, ele acertou, ele fez, ele desfez, ele perdeu o set-point'. Impressionante como o Paul oscilou taticamente e tecnicamente em algum momento, não começou bem o primeiro tie-break, começou do jogo ele tava perdido como jogar com o João, a direita do João tava queimando. Mas ele ficou, ele ficou, olhando pro técnico, sereno."
Fininho destacou o que lhe chamou atenção no brasileiro e afirmou que ele está no nível dos tenistas top 10 e top 15: "Me chamaram atenção algumas coisas do jogo. Primeiro é o ponto que a gente precisa. Ele está nesse nível . Ele tá no nível 10, 15 do mundo, jogar contra esses caras. Ganhar ou perder deles, pra mim é detalhe. É o primeiro passo. Quando o jogador sai (da derrota), o técnico pega e fala 'olha, calma, você está no nível'. Ganhou do Rublev, perdeu do De Minaur. Feito isso, a partir de agora já deu pra ver que contra esses caras vai ganhar ou vai perder no detalhe. Aquele detalhe que uma bola faz a diferença", apontou.
"Teve vários break-points no primeiro set . Ele jogou mal um break-point, o resto o Paul fechou a porta. Quando vai pro tie-break com 4 a 1 o João erra uma esquerda na paralela , ele já mostra um pouco de ansiedade, já vinha mostrando um pouco de ansiedade nos momentos importantes . Uma coisa é ser agressivo, outra é mostrar ansiedade. Essa bola, esquerda na paralela, aplausos pro Gui, deu pra ver que ele viu o jogo do Paul e encontrou uma maneira de jogar contra ele , era esquerda na paralela para abrir para a direita dele para fazer a quebra, fugir e mandar , essa esquerda tava machucando muito o Paul. Entrou assim e deu certo. A partir do 6 a 4 quando ele saca, a bola fica baixa e ele vai pra paralela e segura o braço um pouco ali você vê a ansiedade do João , que ele pensou pela primeira vez no jogo 'opa, eu posso ganhar desse cara'."
"O segundo ponto importante a ser destacado onde não posso ser leviano, tenho que tomar cuidado com o que ele vou falar. Senti ele pesado no segundo set, beira o cansaço, o cansaço ele vem do estresse, não estar bem fisicamente, que não é o caso, e da novidade de que todo ponto é longo. É diferente de jogar challengers, com todo respeito, quando você enfrenta um Tommy Paul que todo ponto você vai jogar. João baixou no segundo set , não sei se pelo excesso de frustração ou se o carro afogou e demorou pra voltar. Depois ele voltou, teve chance, mas eu particularmente achei um baita de um jogo".
Meligeni também lembrou o jogo contra Jack Draper onde após perder o primeiro set, João começou mal o segundo: "O começo do segundo set foi ruim pra ele, ele abaixou a cabeça, ele abaixou a cabeça um puco contra o Draper, baixar a cabeça é se frustrar demais, não é entregar, é sentir o golpe. Ele tem que entender que os caras que está jogando são muito bons".