O jornal britânico The Telegraph publicou nesta quarta-feira uma reportagem indicando que as associações profissionais de tênis (ATP e WTA) estão cada vez mais próximos de firmar um acordo comercial que sustentará a fusão dos circuitos.
Após os acertos das diretorias de ATP e WTA, comandadas respectivamente pelo italiano Andrea Gaudenzi e o americano Steven Simon, as duas associações se prepararam para levar a votação o plano de fusão comercial, que partiria de ganhos divididos em 80% para a ATP e os demais 20% para WTA.
O plano tem uma projeção de ajustes com o decorrer do tempos para chegar à proporção 50-50 e tem como defesa própria dados das próprias associações. Em 2022, por exemplo, a WTA fechou o ano com ganhos em contratos comerciais de R$ 710 milhões, enquanto a ATP fechou com R$ 1,7 bilhões.
Para a votação nos conselhos diretivos de cada entidade, da ATP em Turim, na Itália, na última semana do calendário masculino e para WTA em Riad, na Arábia Saudita, no fim do calendário feminino, Gaudenzi e Simon irão defender que a proporção proposta, 80-20, é apenas um ponto de partida e ainda devem destacar que em menores detalhes a WTA será mais beneficiada.
Ainda existe na proposta uma proposição imediata de separação 50-50, aponta o jornal britânico e trata-se do conquistado excedente a partir de valor pré-estipulado pelas associações. O jornal usa o exemplo de um contrato de patrocínio no valor de R$ 100 mil nas projeções internas de ATP e WTA, mas que o final é assinado em R$110 mil, estes 10 mil serão divididos imediatamente em partes iguais.
A proposta divide opiniões, duas fontes internas das associações ouvidas pelo jornal possuem visões distintas do processo.
A primeira fonte ouvida fala em "sensação de vitória" por parte da WTA, já que com a fusão não haverá mais a existência de dois departamentos de comunicação, marketing e vendas e sim um único, o que gerará grande economia para a WTA.
Já a segunda fonte aponta que os detalhes do processo podem ser o grande problema, em especial para a WTA. A fonte afirma que se for aplicado o sistema conhecido no mercado financeiro como "ratchet" - que é a divisão das receitas em diferentes proporções dependendo de quão grandes elas são -, a WTA pode enfrentar grandes problemas para chegar completamente em 50-50 de ganhos.
Existem outros problemas para a fusão comercial dos circuitos ser completa: a WTA tem a cumprir contrato de longo termo com a Stats Perform, sendo 2026 o ano de contrato para as transmissões ao vivo e 2029 de dados e estatísticas em tempo real. A ATP, por sua vez, precisa convencer não apenas seu conselho diretivo, mas em especial torneios do Masters 1000.