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Svitolina: 'Quando eu jogo contra uma russa, luto como um soldado ucraniano'

Quinta, 09 de novembro 2023 às 15:49:02 AMT

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A ucraniana Elina Svitolina, ex-top 5 e atual 25ª, concedeu uma entrevista ao jornal britânico Daily Mail para comentar seus planos de viagem para a Ucrânia, após 9 meses longe de casa. Svitolina está preocupada que o mundo "se acostume" com a guerra em seu país.



"Tenho muitos planos para esta visita e verei minha avó e outros membros da família, o que estou ansiosa", declarou ela em conversa registrada na semana passada em Paris, onde Svitolina acompanhava o marido, Gael Monfils, que disputava o Masters de Paris-Bercy.

Svitolina é natura da quarta maior cidade do país, Odessa, que fica às margens do Mar Negro e é um dos maiores pontos de conflito entre o exército russo e ucraniano: "Minha avó parece estar bem, mas Odesa é um lugar bastante perigoso neste momento porque eles estão atacando o porto, há alarmes ou bombas lá praticamente todas as noites. Suponho que as pessoas estão se acostumando mais a viver nessas condições depois de tanto tempo, então ela se acostumou mais".

"Eu queria ir, sei que há um risco, mas temos alguns bons sistemas de proteção e seguirei todos os procedimentos, como ter o aplicativo, e irei aos abrigos antiaéreos se for necessário. "Sinto que preciso ir para o meu país de origem, sinto falta da minha família e da cultura", ressaltou ela que nasceu em outubro de 2022.

Em seu retorno ao circuito após o nascimento da filha, Svitolina fez campanhas históricas com quartas em Roland Garros e semifinal em Wimbledon, onde teve apoio massivo do público: “Wimbledon, em termos de apoio, foi inacreditável e isso realmente me levou a jogar meu melhor tênis. Muitos ucranianos sentem que o Reino Unido é uma segunda casa, por isso é um vínculo especial e, na verdade, aquele jogo foi um dos destaques da minha carreira. Fiquei muito feliz depois".

Svitolina comentou o fato de dividir o circuito com russas e bielorrussas, antagonistas de seu país no conflito iniciado pela Rússia em fevereiro de 2022. "Não é mais fácil, ainda tem muita coisa acontecendo dentro e fora da quadra. É preciso muita energia estar no vestiário e jogar contra elas, porque sinto que elas estão representando o país delas e eu estou representando o meu".

"Parece um pouco com uma guerra, claro que não é guerra, mas ainda existem diferentes tipos de batalhas dentro desta guerra, então cada vez que entro na quadra contra elas é uma grande motivação e também sei quantas pessoas estão Ucrânia assistindo e também sinto essa responsabilidade", comentou a ucraniana.

"Isso tira muita energia de mim, então você tem que pensar que a pressão é um privilégio. Vou lá e luto como faz um soldado na Ucrânia", fez a analogia. "Foi um ano que esgotou a energia, ainda é difícil mentalmente, mas diariamente encontrei motivação para continuar a trabalhar no meu percurso profissional, porque sei que posso usá-lo como uma plataforma para coisas mais importantes e para aumentar a consciência sobre a Ucrânia e arrecadar dinheiro para as crianças", pontuou ela que tem utilizado seu nome e conhecimento para conseguir fundos para sua fundação que tem apoiado crianças em seu país.

Elina Svitolina não explicou se pretende viajar para a Ucrânia acompanhada do marido e da filha Skai, porém, explicou que fará sua entrada numa viagem de trem saindo da Polônia até Kiev.

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