Por Ariane Ferreira - Como havia adiantado o jornal espanhol Marca no final de semana, a ATP convocou para esta segunda-feira uma reunião com os tenistas para falar da gira-norte-americana e o US Open, porém a situação não é nada animadora.
Realizada através do aplicativo Zoom, a reunião dos tenistas que têm ranking para inscrição tanto no US Open como nos demais torneios da gira, o ATP 500 de Washington, que abre a retomada do circuito em 14 de agosto, e o Masters de Cincinnati, que este ano será realizado em Nova York, na semana seguinte. O intuito era apenas falar das informações dos torneios, porém, o crescente número de casos de pacientes da COVID-19 nos Estados Unidos é o grande receio dos atletas, que pressionaram a ATP.
Durante a reunião, a ATP tentou esclarecer dúvidas que os atletas sobre isolamento social, número de pessoas que podiam os acompanhar e similares, mas os tenistas já traziam dúvidas em relação a possíveis cancelamentos abruptos dos torneios, como ocorreu nos Masters de Indian Wells e Miami, também no país, no mês de março deste ano. O receio dos tenistas é se deslocarem à toa para o território norte-americano, ampliando assim o risco de contrair a doença, dada a movimentação.
Novak Djokovic, presidente do Conselho dos Jogadores, teria intervindo e solicitado à ATP um compromisso de reembolsar cada um dos atletas que já compraram passagens aéreas para os Estados Unidos, tanto caso os torneios sejam cancelados como em casos de o jogador desistir de viajar. Esta informação é do jornal espanhol Marca.
Ao pedido, verificou o Tênis News, a ATP pediu "paciência". A Associação também pediu, em outras palavras, "paciência" aos jogadores, pois tem trabalhado para que todos possam disputar os torneios do país em segurança. A AT também teria sugerido que todos "monitorem as informações sobre a COVID-19 no país" para tomarem sua decisão final de viajar ou não no final de julho.
A Associação dos Tenistas Profissionais tem a data como prazo final para decidir o que deve fazer sobre os torneios norte-americanos, mesmo tendo conseguido da prefeitura de Nova York o compromisso de não cancelar o US Open, mesmo o governo do estado tendo definido a proibição de eventos públicos até setembro. Por mais que não receba público, o US Open terá uma grande circulação de atletas e seus treinadores, o que colocaria o torneio dentro da proibição. O governo local, pressionado pela USTA (federação norte-americana), sustenta a permissão de realização do Slam nova-iorquino.
Fronteiras são um problema
Como já vem sendo noticiado, alguns atletas do top 20 já teriam definido que não irão aos Estados Unidos. A postura, adotada na maior parte por europeus, tem diferentes motivações, muitos estão com receio do aumento de casos da COVID-19 em outras regiões dos Estados Unidos, outros preferem se preparar para a gira no saibro.
Porém, a maioria dos atletas pretende ir aos Estados Unidos. O número 1 do Brasil, Thiago Monteiro, esteve se preparando para a retomada do circuito em Itajaí, na academia ADK Tennis, e no último sábado voltou para Fortaleza, no Ceará, para descansar e decidir onde irá jogar. Monteiro é do grupo que pensa em jogar em Nova York.
"Temos essa questão das fronteiras, a ATP está tentando providenciar autorização para ir aos Estados Unidos e Europa, mas com os casos aumentando nos EUA já não sei como proceder", disse ele ainda em Itajaí.
Outros jogadores europeus estão preocupados se terão de cumprir quarentena ao voltar pra casa e se isso os impediria de competir os torneios europeus (Roma, Madri e Roland Garros). Vale ressaltar que a União Europeia, no momento, tem fronteiras fechadas a viajantes vindos dos Estados Unidos e os cidadãos que retornam pra casa estão obrigados a cumprir quarentena.