X

Leconte sobre franceses em Roland Garros: ‘Eles têm medo!’

Quarta, 23 de maio 2018 às 10:04:07 AMT

Link Curto:

Tênis Profissional

Um dos grandes nomes do tênis de todos os tempos, o francês Henti Leconte é uma figura bastante reverente e experiente quando o assunto é o circuito da ATP. Em um bate-papo com o site português Bola Amarela, o francês expôs algumas de suas polêmicas opiniões.



Um dos principais tópicos da conversa foi a ausência de grandes resultados de franceses em Roland Garros, já que este ano completam 30 anos desde o último francês finalista no torneio — o próprio Leconte, sendo derrotado por Matts Wilander em 1988 — e, mais longe ainda, os 36 anos desde o último título de um francês em Paris, com Yannick Noah em 1982.

O jejum, segundo o francês, se deve ao medo e falta de treinos no saibro por parte dos jogadores. “Eles (os franceses) têm medo e não treinam tanto no saibro como nós treinávamos. Têm medo de jogar em Roland Garros e estão sempre reclamando e arranjando desculpas. É uma pena, pois essa geração do tênis francês tem um potencial enorme, mas a pressão tem sido muita para eles. No ano passado o Pouille venceu apenas uma partida. Pode ser que esse ano ele se saia melhor, mas duvido que tenhamos algum jogador francês na segunda semana”.

A ausência de resultados se agrava ainda mais com o fato de a França ser hoje o país com mais nomes dentro do top 100 da ATP, um fato que Leconte também fez questão de opinar. “A Federação Francesa cometeu o erro de se preocupar com a quantidade em vez da qualidade. Temos de olhar também um pouco para os outros, para os americanos, para os australianos. Mas na França achamos que somos os melhores do mundo em tudo. Continuamos a ser os mais organizados, mais estruturados, mas não somos os melhores. Por quê? Porque não ganhamos. Estamos indo na direção errada”.

Campeão da Copa Davis em uma campanha incrível em 1991 na qual a França derrotou os Estados Unidos de Andre Agassi e Pete Sampras, Leconte tem uma opinião fixa sobre as mudanças previstas pela ITF para a competição. “Sou pela tradição e acho que a Copa Davis deveria manter o formato atual, com as eliminatórias sendo disputadas nos países. Mas hoje em dia o que interessa é o negócio e o que manda é o dinheiro. Ninguém quer saber da tradição”.

O francês, no entanto, flerta com as demais mudanças ponderadas pela ITF, como as apresentadas durante o NextGen Finals. “Precisamos de coisas novas. Os jogos tendem a ficar mais curtos, porque estamos em um mundo onde estão aparecendo cada vez mais esportes espetaculares. Fico frustrado quando vejo um jogador perder tanto tempo entre os serviços. E os tempos médicos... por favor! Não podem ser utilizados toda hora. É terrível! As pessoas querem ver tênis e não se interessam pelas porcarias à volta”.

teninews.com.br
br.jooble.org