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As novas regras para a edição 2018 do Australian Open

Domingo, 14 de janeiro 2018 às 10:33:15 AMT

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Tênis Profissional

Por Marden Diller – Conforme as entidades regentes do tênis estudam e debatem um grande pacote de mudanças a ser implementado no circuito profissional, o Australian Open saiu na frente e fez valer algumas dessas inovações já em sua edição 2018.



Uma das implementações mais debatidas foi, sem dúvidas, a adoção do ‘shot clock’, um relógio em quadra que faz valer a regra dos 25 segundos para repor a bola em jogo após o término de um ponto. Tal relógio tem sido alvo de severas críticas desde a primeira vez em que foi pleiteado, principalmente pelas lendas do tênis masculino Roger Federer e Rafael Nadal. Após muitos debates, o relógio foi utilizado apenas durante o qualificatório do Grand Slam australiano.

O espanhol chegou a criticar a diferença do desgaste em se jogar com 18 graus de temperatura e 38, como acontece na Austrália, e ressaltou que o relógio em quadra atrapalha o espetáculo e pode prejudicar a longevidade dos tenistas, mesmo ponto defendido por Roger Federer, que classificou a medida como ‘causadora de stress em quadra’ e atribuiu à regra dos 25 segundos as diversas lesões e cãibras sofridas pelos tenistas em quadra durante o NextGen Finals, em Milão, onde o relógio foi utilizado oficialmente pela primeira vez.

Ainda no quesito tempo, o torneio adotou uma nova regra para o início da partida, determinando que os jogadores terão um minuto, desde sua entrada em quadra, para estar preparado para o encontro pré-partida. Após o sorteio na rede, o tempo de aquecimento em quadra, que anteriormente era de 15 minutos, agora será de apenas 5 minutos, sob a alegação de que o atleta precisa estar preparado para competir no momento em que ele pisa em quadra. Encerrado o aquecimento, os tenistas terão também um minuto para iniciar a partida. O descumprimento de tais regras acarretará em multas de até US$ 20 mil (R$ 64 mil).

As mudanças, no entanto, não se restringem apenas às questões dentro de quadra. A edição 2018 do torneio também adotará uma medida para tentar reduzir o número de desistências e abandonos na primeira rodada do torneio. Neste ano os jogadores poderão até mesmo perder toda a premiação caso desistam durante sua primeira partida no torneio e seja constatado que o mesmo entrou em quadra sem condições de disputa-la. Já os atletas que desistirem do torneio anteriormente à sua partida receberão 50% do prêmio pela rodada; os outros 50% serão dados ao substituto do mesmo.

Tal medida começou a ser discutida após um recorde de desistências e abandonos na edição 2017 de Wimbledon, que chegou a multar o australiano Bernard Tomic em £35 mil (R$ 154 mil) após o mesmo ter se declarado ‘entediado’ e que ‘não poderia se importar menos’ com sua derrota em sets diretos na terceira rodada do torneio.

Por fim, mas não menos importante, o torneio implementou também algo para melhorar (e muito) a qualidade do trabalho dos juízes: cadeiras motorizadas para facilitar a subida e descida dos juízes. Embora tenham sido adotadas primeiramente no Australian Open, as cadeiras motorizadas podem virar tendência na gira de saibro, já que nestes torneios o desafio eletrônico não está disponível, cabendo ao juiz de cadeira endossar ou refutar a marcação do juiz de linha.

Todas estas mudanças, junto da redução do número de cabeças de chave de 32 para 16, fazem parte do pacote de mudanças a ser implementado nos quatro Grand Slams para 2019. Embora o Australian Open tenha abraçado a grande maioria delas, os demais torneios ainda não definiram se adotarão tais medidas ainda para 2018.

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