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Becker abre o jogo sobre sua situação financeira. 'Foi um mal-entendido'

Quarta, 29 de novembro 2017 às 10:40:23 AMT

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O ano de 2017 não foi dos mais fáceis para o alemão Boris Becker. Após declarar falência em razão de problemas com credores e ex-sócios, o ex-número 1 do mundo concedeu uma entrevista para a Times Magazine abrindo seu coração sobre o ocorrido.



Becker alcançou o estrelato ainda aos 17 anos, quando venceu seu primeiro título em Wimbledon. “Como poderia me comportar? ”, se abre o alemão. “Minha vida é única. Acho que não me levei muito a sério em ser Boris Becker. É difícil pedir conselhos do tipo ‘como se comportar ao ganhar seu primeiro milhão aos 17 anos?’ Você conquista isso à noite e pela manhã é famoso e as mulheres se oferecem a você todo o tempo”, continua. “Creia-me, ganhei dinheiro toda minha vida. Tanto que não sabia como manejá-lo nem o que fazer com ele”, disse ao entrevistador.

Na presença de seus advogados, Becker explicou com detalhes como chegou a este ponto de sua crise financeira. Em 2012, vivia na Suíça e tinha negócios em muitos campos, sem problemas financeiros. Foi quando foi aconselhado a vender seus direitos de propriedade intelectual a um banco inglês para otimizar a questão de seus impostos.

“Tinha um trato com eles. Avaliaram meus direitos por um preço e durante 5 anos lhes pagaria todo o dinheiro que me emprestaram para me beneficiar no pagamento dos impostos. Parecia um bom trato, não? Eu não precisava desse dinheiro, mas dois ou três anos depois as coisas saíram do controle. Os contratos que dava ao banco como garantia do empréstimo acabaram”, relata. Becker continuou administrando suas empresas, pagando todos os empregados, mas se viu incapaz de pagar ao banco.

O banco seguiu cobrando a dívida e Becker cessou os pagamentos, assegurando que estava refinanciando a dívida. Em junho deste ano o banco tornou a dívida pública, incluindo os juros por atraso. O alemão e seus advogados esclarecem que não está falido e quer pagar o que deve ao banco, apenas que deve chegar à um acordo com o mesmo.

“É como se vou a um restaurante e peço um sanduiche e um refrigerante e me deizem que devo pagar 10 mil libras. Teria que falar com o dono e dizer que não vale isso tudo. Por isso tudo é um mal-entendido. Não estou fugindo de nada, sigo vivendo em Londres, não me escondo”, assegura o alemão, que tem até junho de 2018 para quitar a dívida. “Quero acabar com isso e seguir minha vida com minha esposa”.

“Minha vida perfeita seria estar com minha mulher, em casa, junto com meus filhos”, explica Becker, que garante ter mudado seu estilo de vida há anos. “Estou feliz assim, em casa. Com minha mulher falo da vida e essas coisas. Todos têm seus momentos na vida. Cansei de estar com modelos e frequentar festas. Vivi uma vida muito intensa. Se vivi muito no limite? Claro, de outra forma não teria vencido Wimbledon aos 17 anos. Não haveria feito o que fiz se isso não fosse parte da minha personalidade, o que significa que aproveitei bem minhas oportunidades”.

“Ser Boris Becker tem um preço e tenho que aceitar as coisas como elas são. Não me julgo perguntando por que as coisas acontecem comigo. Sei que 90% do mundo tem problemas piores que os meus. Não reclamo”, afirma o alemão, que pretende limpar sua imagem. “Tem muita gente falando muita coisa sobre mim e isto me dá a oportunidade de mudar as coisas”, declara o alemão de 50 anos, garantindo que não se arrepende de nada do que fez em sua vida. “Se aos 10 anos me falassem que seria o melhor jogador do mundo, mas a um custo alto, faria tudo de novo, sem exceções”.

 

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