Após ficar 5 meses 'sumida', a italiana Camila Giorgi, ex-top 24 da WTA, reapareceu na Itália para se defender das acusações de evasão de divisas, sonegação e até roubo de móveis por parte dela e seus pais.
Giorgi concedeu entrevista a TV italiana Canale 5: "Eu sumi de repente? Essa é a versão que falaram por aí. Eu não sumi, tive que fazer o anúncio em Paris da minha aposentadoria", destacou a ex-tenista de 32 anos, que surpreendeu a todos anunciando sua aposentadoria, sem despedida, em 8 de maio deste ano pelas redes sociais após ter seu nome incluído na lista de 'ex-tenistas' da Agência de Integridade do Tênis (ITIA).
"Faz anos que eu queria me aposentar. A vida de tenista é muito dura. Eu já havia me proposto a isso", declarou ela ao canal, que aproveitou para se defender das acusações.
Camila Giorgi é investigada pelo Ministério Publico de Florença que reportou uma possível fuga da tenista e de seus familiares, o pai Sergio, que sempre foi seu treinador e sua mãe Claudia. Para o MP italiano, Giorgi foi se esconder nos Estados Unidos, longe de qualquer país europeu.
"Minha família não tinha conhecimento da situação tributária, os problemas surgiram por causa das pessoas que administravam minha carreira. Quando saí, o caos estourou. Nunca nos assustamos, trocamos as pessoas que me gerenciavam e agora estamos em ordem. Lamento que a culpa tenha recaído sobre meu pai. Não gosto da palavra vítima, mas dessa vez é assim", pontuou.
A investigação passou a ocorrer quando a Polícia Financeira da Itália, equivalente a Receita Federal no Brasil, enviou ao MP local evidências de sonegação de impostos da família Giorgi ao comparar dados das declarações de imposto de renda de seus membros.
Em meio a polêmica, o proprietário da casa onde morava a família Giorgi destacou que a família se mudou e até levou todos os móveis do local.
"A casa não tinha móveis e sempre pagávamos o aluguel. A notícia me fez rir", rebateu Giorgi ao Canale 5.
Ainda durante a entrevista, Camila Giorgi afirmou estar em um "momento muito feliz" de sua vida, que namora um cidadão dos Estados Unidos e que pretende morar no país.
"Morei um pouco na Itália e um pouco nos Estados Unidos. Ficamos três anos em Miami e eu gostaria de ficar lá para sempre, mas volto muitas vezes para a Itália, só não gosto de falar sobre o que faço e parece que estou me escondendo... Agora estou feliz, estou onde gostaria de estar ser", contou.
A tenista não confirmou na entrevista onde está com residência estabelecida e não falou sobre o processo de vacinas que enfrenta.
Outros problemas jurídicos
Esta não é a única confusão jurídica na qual a ex-tenista está incluída. Em julho deste ano, a tenista falhou com a presença na audiência de processo em que pode responder por falsificação ideológica, corrupção e peculato pela falsificação de comprovantes de vacina da COVID. A audiência, que ocorreria em 16 de julho foi adiada para 5 de novembro, porque o advogado da tenista renunciou ao caso, pois entre 28 de maio e 24 de junho, Giorgi leu todas as mensagens enviadas pelo profissional e não o respondeu.
O jornal da região do Veneto, onde fica a cidade de Vicenza - sede da clínica que falsificou os documento -, Corriere Del Veneto reporta que um advogado público irá representar a tenista. Neste processo, o irmão de Camila Giorgi, Leandro fechou acordo de delação premiada no caso.
Em abril deste ano, quando a investigação veio a público no país. Giorgi falou ao Corriere della Serra, maior jornal da Itália, que estava vacinada e tranquila, pois apenas havia sido citada pela médica investigada, Dra. Daniella Grillone.
A imprensa italiana já divulgou que além de Camila Giorgi e da cantora Francesa Madame investigadas no processo, o irmão de Giorgi é réu.
Crédito: Miami Open
Com informações: Gazetta dello Sport, Corriere del Veneto, Corriere della Serra, ANSA, Canale 5 e Infobae.