Por Ariane Ferreira - O tênis, uma das mais antigas modalidades esportivas do mundo, teve uma grande demonstração de força e prestígio na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris nesta sexta-feira.
O esporte esteve presente nos primeiros Jogos Olímpicos da história em 1896, mas deixou o quadro em 1924, voltando apenas em Seul em 1988. Este distanciamento fez com que a modalidade não encontrasse tanto apelo olímpico como outros esportes individuais com modalidades de equipe como natação e atletismo.
Porém, as histórias de tenistas, em especial de pequenos países, fez com que o esporte ganhasse protagonismo em momentos importantes como a cerimônia de abertura das últimas quatro edições.
Nesta sexta-feira, no momento mais aguardado de toda a cerimônia, que foram os instantes finais para acender a Pira Olímpica, o tênis voltou a ganhar protagonismo como nas edições anteriores.
Maior vencedor da história de Roland Garros com 14 títulos e dono de dois ouros olímpicos (Pequim 2008 em simples e Rio 2016 nas duplas), Rafael Nadal recebeu a tocha olímpica da mão de Zinedine Zidane, maior atleta de futebol da história da França.
Nadal estava vestido com o uniforme da sua Espanha naquele momento em que as cerimônias separam para os ídolos e campeões locais por tudo que construiu nas quadras da Cidade Luz e o quanto representa como campeão de 22 Slams para o tênis.
O espanhol logo entrou em um barco no Rio Sena ao lado da única ginasta da história a receber um '10' em Olimpiadas, a romena Nadia Comaneci, o corredor Carl Lews, eleito o atleta olímpico do século passado, e a lenda feminina Serena Williams, dona de 23 Grand Slams e quatro ouros olímpicos (nas duplas: Sidney 2000, Pequim e Londres 2012 e em simples Londres).
O quarteto entregou a tocha para outra ex-tenista, Amelie Mauresmo, dona de dois Grand Slams e de uma prata em simples em Atenas 2004.
Paris 2024 não é a única cerimônia a destacar tenistas. Nos Jogos de Tóquio 2021, a mestiça Naomi Osaka (filha de pai negro haitiano e mãe japonesa) foi escolhida como símbolo do futuro do país asiático. Suas conquistas nas quadras do mundo a tornaram a maior tenista do país (foi número 1 do mundo e dona de quatro Grand Slams). Unindo toda a sua representatividade ela teve a missão de acender a Pira Olímpica.
Na cerimônia anterior, no Rio de Janeiro 2016, o eterno número 1 do Brasil, Gustavo Kuerten, foi um dos últimos atletas no revezamento da tocha já dentro do Maracanã. Guga foi escolhido por tudo que conquistou em quadra, são três Slams e mais de 40 semanas como número 1, e pelo quanto tornou-se símbolo de Brasil.
Já nos Jogos de Londres 2012 o tênis teve destaque na abertura dos Jogos pelas representações das nações. Ao todo foram 7 tenistas porta-bandeiras de seus países. Foram eles: Max Mirnyi (Belarus), Nadal (Espanha), Stephanie Vogt (Liechenstein), Agnieszka Radwanska (Polônia), Horia Tecau (Romênia), Maria Sharapova (Rússia) e Novak Djokovic (Sérvia).
No Rio 2016 foram quatro tenistas porta-bandeiras: Caroline Wozniacki (Dinamarca), Nadal, Andy Murray (Grã-Bretanha) e Gilles Muller (Luxemburgo), mesmo número de Paris que teve Coco Gauff (Estados Unidos), Elina Svitolina (Ucrânia), Danka Kovinic (Montenegro) e Nicolas Jarry (Chile).
Dada a relevância global do tênis e o fato do esporte estar em competição anual em todas as regiões do planeta, faz com que tenistas muitas vezes sejam as principais estrelas esportivas de seus países, em especial nos pequenos. É o que ocorre, por exemplo, com Montenegro que mandou à Paris 19 atletas e Kovinic é a mais destacada.
Além dos tenistas porta-bandeira desta cerimônia de Paris, outros tenistas chamaram a atenção como parte de suas delegações e ganharam as redes sociais. Alguns exemplos são: o norueguês Casper Ruud, o libanês Hady Habib, o britânico bicampeão olímpico Andy Murray, as americanas Jessica Pegula, Emma Navarro e Desirae Krawczyk.