O australiano Nick Kyrgios concedeu uma entrevista ao site The Athletic e comentou sobre seu ano de lesões, falou sobre seu projeto de mostrar o tênis fora das quadras no Only Fans e deu declarações polêmicas sobre pagamento igualitário e Novak Djokovic.
Kyrgios falou um pouco sobre as duas cirurgias que foi submetido este ano, em especial o tratamento do joelho esquerdo que segue o mantendo fora das quadras. O tenista não viu a temporada 2023 'perdida', apesar de estar fora de competição e acredita até que ela foi um 'balanço' importante diante de um ano com muitos jogos e bons resultados como foi 2022 para ele, que chegou à final de Wimbledon.
Quando o assunto foi para o tênis jogado em décadas passadas em relação ao atual, Kyrgios opinou ao seu estilo: "O jogo era muito lento naquela época. Eu assisti Boris Becker e não estou dizendo que eles não eram bons em sua época, mas dizer que eles seriam tão bons agora é um absurdo”, diz o australiano sobre os vídeos de jogos destacados da carreira de Becker, já que tinha 3 anos de idade quando o alemão ex-número 1 do mundo se aposentou.
“Um grande saque naquela época era de 197 a 200 km/h. Pessoas como eu, fazemos 220 km/h de forma consistente, nos ângulos. É um jogo totalmente diferente”.
“Não estou dizendo que eles não teriam encontrado o caminho. Mas sacar e volear, para fazer isso o tempo todo agora, você precisa estar sacando a 220km/h, porque se você sacar menos de 220, mano, Djokovic te come vivo. Ele come você vivo", disse ele que foi derrotado pelo sérvio na grande final de Wimbledon em 2022 de virada com placar de 4/6 6/3 6/4 7/6 (7-3).
"Cara, Lleyton Hewitt destruiu Sampras um ano no Aberto dos Estados Unidos", seguiu ele recordando a final do US Open 2001 em que Hewitt derrotou o norte-americano em 7/6(7–4) 6/1 6/1. "Esse foi o primeiro protótipo de alguém que poderia devolver o saque. Ele fez Sampras parecer um merda. E o que Djokovic faria com alguém como Sampras? Seria uma limpeza. Se Hewitt fez isso, Djokovic o destruiria. Ele o comeria vivo”.
Como muitas vezes polêmica pouca é bobagem para Nick Kyrgios, ele criticou durante a entrevista a questão do pagamento igualitário para homens e mulheres em todas as chaves dos torneios do Grand Slam.
Publicamente contra a buscada 'fusão' entre ATP e WTA, Kyrgios acha que o fato de homens jogarem a melhor de cinco sets nos Slams e as mulheres a melhor de três são um indicativo de que a premiação equiparada não é boa: "Joguei 4 horas no Australian Open , depois [Elina] Svitolina jogou uns 40 minutos e nós dois recebemos o mesmo”, diz ele.
Ainda à reportagem do The Athletic Kyrgios diz amar assistir jogadoras como Coco Gauff, Serena Williams e Naomi Osaka e as aponta junto com a atual número 1 do mundo, a polonesa Iga Swiatek como um 'grande atrativo' para o que seria um 'circuito misto', mas questiona de 'Por que o tênis é o único esporte que pensa nisso [a fusão]?' e ainda destaca que se NBA e WNBA, respectivamente as ligas masculina e feminina de basquete dos Estados Unidos, tentassem se fundir seria, na visão do australiano 'ridicularizadas'.