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Swiatek: 'Não me sinto preparada para ter de me explicar a metade da Polônia'

Sexta, 24 de novembro 2023 às 12:35:00 AMT

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Em entrevista ao RP, principal portal de notícias de um dos maiores grupos de comunicação da Polônia, o Rzeczpospolita, Iga Swiatek, confessou que não está preparada psicologicamente para lidar com a polarização do país.



A número 1 do mundo concedeu a entrevista para falar de sua temporada 2023 e foi comentado como ela tem utilizado sua voz e prestígio no tênis para falar de saúde mental e a Guerra na Ucrânia. A reportagem, então, questionou Swiatek se ela gostaria de se posicionar ou falar sobre temas que estão "em alta" na Polônia como a "legalização do aborto" e a tenista foi sincera.

"Tenho pensado muito sobre isso, mas nosso país está tão dividido e a política tão carregada emocionalmente que escolher qualquer um dos lados pode ter consequências que terei de enfrentar pelo resto da minha vida, e não me sinto preparada (psicologicamente) para isso", iniciou a principal atleta do país, que tem uma maioria da população católica.

"Não tenho coragem de explicar a metade do país por que disse alguma coisa daquela maneira. Há muitas questões que vale a pena levantar. Eu gostaria de fazer isso, mas aí criaria para mim um ambiente que não me permitiria me concentrar totalmente no tênis, e vamos lembrar que sou, acima de tudo, uma atleta, uma tenista. Isso é o que eu sei, é isso que eu faço, é com isso que procuro contribuir para o mundo, porque é nisso que sou boa", ressaltou.

"Ao me tornar advogado de uma das partes, estaria colocando muito peso sobre meus ombros. E sinto que tento fazer isso (se posicionar) muito em questões sociais de qualquer maneira", completou.

As questões levantadas pela população conservadora da Polônia já atingiram diferentes atletas nos últimos anos. Em julho de 2013, por exemplo, a ex-número 2 do mundo e na época principal atleta do país, Agnieszka Radwanska, acabou excomungada da Igreja Católica do país por ter feito um ensaio nu, sem erotismo, para a edição anual da revista norte-americana 'Sports Illustrated - Body'. 

O movimento da Igreja Católica no país, na época, ocorreu após reclamações, abaixo-assinado e até pequenas manifestações contra a tenista na porta da paróquia que ela frequentava com a família. Com a excomungação, Radwanska precisou de uma autorização do bispo de sua região para ter seu casamento celebrado, informou a imprensa local à época.

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