Apenas 27 anos e aposentadoria precoce. O espanol Carlos Boluda não suportou a pressão, as lesões e anunciou sua retirada do tênis em entrevista ao site Punto de Break. Ele foi tido como o novo Rafael Nadal no fim dos anos 2000, começo dos anos 2010.
Boluda alcançou o 254º como melhor ranking e hoje não está nem entre os 500 melhores. O tenista agora passou para a vida de treinador e colocou grande culpa em seu em torno, principalmente em antigo empresário.
"(Tomei a decisão) há um mês e meio. Levo arrastando essas dúvidas durante muito tempo, passando mal, até chegar ao ponto de não me reconhecer. Ter dado esse passo foi uma liberação. O bom é que mudei o chio muito rápido", disse o agora ex-tenista.
"Cada ano que passava em minha carreira tinha uma pessoa a menos. Eu sempre fui muito sincero Se alguém me pergunta tentarei ajudar, mesmo que tenha que dizer coisas que não queira ajudar. Nesses últimos anos não tinha ninguém do meu lado. Minha família estava ali, mas eles não vêm do mundo do tênis e não podem me guiar nesse sentido, muito já me ajudaram".
O tenista precisou de ajuda psicológica no começo de 2019 e não um psicólogo do esporte: "Passei fatal. Tive que procurar ajuda de uma psicóloga da vida. Talvez por toda a pressão que havia tido na carreira, as lesões, todos me davam por acabado, o esforço que fiz para estar como 254º, ver que as pessoas não confiavam em mim, me juntaram todas essas coias e colapsei, não tinha vontade de nada, nem de sair de casa".
E os culpados quem foram ? "Uns 70% ao meu redor, sobretudo um empresário que tive, essa pessoa foi a pior que podia me passar. Logo colocaria 15% nas lesões e 15% em mim mesmo. Eu também tive muita culpa, mas meu em torno era horrível".
"A pessoa que você tem ao seu lado diário é o chefe, nesse caso o treinador. Eu obedecia a tudo que diziam mesmo que muitas vezes não fosse o caminho adequado. Sempre fui uma pessoa que muita vontade de apender, a todas as idades aprendi coisas, desde pequeno. Se a mim chegassem e dissessem para mudar algo, obedecia, mesmo que a mudança não fose para o bem. Quando o em torno quer invental algo, fazer coias equivocadas e você aceita,logo existe o risco que as coisas comecei mal. No princípio era tudo muito fácil, havendo dinheiro eu pagava aqui, ali, acolá. Quando não tinha, ninguém veio me ajudar, somente minha família e os poucos amigos que tive".