O ex-número 1 do mundo, Patrick Rafter, participou do último episódio podcast Tennis Worthy, que é um projeto do Hall da Fama do Tênis, que trata da psicologia do esporte e declarou que é necessário simplificar o esporte.
"Se a gente olhar aos jogadores tops, incluindo (Pete) Sampra e Andre (Agassi), eles jogam os pontos de maior pressão muito bem acima de todos os outros. Nestes momentos eles fazem o que precisam fazer e o fazem, 10, 15, 30 vezes se forem necessárias e é por isso que eles têm muitos Grand Slams", declarou ele que é bicampeão do US Open (1997 e 1998).
Questionado se concorda que há atletas que lidam melhor com a pressão que outros, Rafter pontua: "Pela maneira que observei, esses jogadores (os tops) são capazes de aliviar este tipo de expectativa sobre eles, a simplificando e colocando de lado. Não tornam isso uma grande coisa. Posso te dizer que quando enfrentei Pete na final em Wimbledon e tive de lidar com isso (a pressão)... cara, aquela sensação não é uma boa sensação. Eu senti a pressão de que ganharia Wimbledon, eu estava tão perto ... eu senti (o peso)", confessou.
"Sinto que eles possuem uma aptidão natural a colocar de lado essa expectativa e lidar com ela. Não é fácil lidar com isso e vejo muitos jogadores hoje não conseguindo lidar com isso e com toda a situação de... (saúde mental? - completada pelo apresentado do podcast). Isso", completou o australiano que fez final em Wimbledon em 2000 e 2001.
"Sabe, é um pouco difícil voltar a esse lugar, mas as vezes quando estou assistindo a jogos, penso: 'Caras, é só um jogo de tênis. Isso não é grande coisa'. Há outras coisas na vida, sei lá", prossegue Rafter.
"Naquele tempo, não víamos isso (da forma como é visto hoje). Tinha pressão em quadra? Claro que sim, mas lidávamos com isso", completou.
Ao ser questionado se acha que hoje em dia as coisas parecem um pouco diferentes, o australiano concorda. "Sim, mas eu acho que as coisas precisam ser simplificadas. Em primeiro lugar: é apenas jogue o jogo, não o fim do mundo, é para ser divertido, não precisamos nos matar, não estamos fazendo nada para salvar o mundo. Em segundo: caia na realidade e veja as coisas como são, se você não é tão bom assim, tá bom assim também. Isso não é uma grande coisa, você tem que achar o quão bom que é e trabalhar isso, se divirta. Tire a pressão, expectativas para ganhar alguns dólares. Vamos manter os pés nos chão, as coisas são como são", alertou.
"Quando coisas externas afetam sua saúde mental (a nível pessoal)é uma coisa. Porém, quando falamos de tênis, é preciso você gostar de estar fazendo isso", ponderou.
Também falaram sobre o tema no episódio a dona de 24 títulos do Grand Slam, Margaret Court e a espanhola Conchita Martinez.