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O tênis antes da COVID: Djokovic absoluto e o brilho de Kenin

Sexta, 18 de dezembro 2020 às 15:29:34 AMT

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Tênis Profissional

Por Ariane Ferreira - Certamente o ano de 2020 ficará no inconsciente coletivo como um dos anos mais difíceis para o mundo e como o tênis é um dos esportes mais globalizados, não ficou de fora da crise da COVID-19. Porém, e o que veio antes?



O início da temporada 2020 foi marcados pelos incêndios na Austrália, que colocaram a realização dos torneios de verão na região em dúvida. O drama vivido pelo povo australiano foi acompanhado de perto por tenistas do mundo todo que estiveram no país para as competições.

Parece que foi há muito tempo, mas a principal preocupação do circuito profissional tanto feminino quanto masculino era a "quantidade de partículas" estaria no ar por metro cúbico. O receio se dava porque em diversas localidades da Austrália uma espécie de "lockdown" foi determinado dada a poluição do ar oriunda da queima das matas do país. Em outros lugares, como a própria cidade de Melbourne, onde é realizado o Australian Open, "toques de recolher" foram decretados em horários específicos em que as autoridades verificavam o aumento substancial da poluição do ar.

Nas quadras de tênis, os rapazes competindo na primeira edição da ATP Cup e as meninas na disputa do WTA de Brisbane se solidarizavam com a tragédia local e entraram numa espécie de desafio criado por Nick Kyrgios, que decidiu que doaria AUS$ 1 mil, o equivalente a R$ 3.800, por cada ace convertido em todos os torneios em território australiano para o fundo de apoio às vítimas (a maioria pessoas que perderam suas casas, plantações e/ou negócios para as chamas) e também à reconstrução do país.

Tomado de tristeza, Kyrgios chorou em quadra ao falar do drama de sua nação (veja vídeo)e depois ajudou a organizar uma partida exibição com estrelas do tênis com renda revertida ao mesmo fundo. Nomes de destaque, como Maria Sharapova iniciou o 'desafio dos US$ 100 mil' em doações e foi seguida por Novak Djokovic e outros  Tenistas sacadores entraram na onda, outros, como Simona Halep, conhecida por ter no saque uma deficiência do seu jogo, optaram por doar por dupla-falta cometida.

Dupla-falta essa que virou sinônimo de Alexander Zverev, que teve um início de ano complicadíssimo na ATP Cup, onde chegou a fechar uma partida com 22 duplas-faltas cometidas. O alemão teve acessos de fúria em quadra e chegou a fazer o pai, Sr. Alexander, chorar durante uma de suas partidas. A redenção veio em Melbourne, onde alcançou a, até então, primeira semi de Grand Slam da carreira.

Fúria foi inclusive modus operandis de parte da nova geração durante a ATP Cup. O grego Stefanos Tsitsipas atingiu o pai, Apostolos, com uma raquetada e levou, merecidamente, uma bronca da mãe, Yulia, pro mundo inteiro assistir.

Mas nem tudo foi vexame ou drama em janeiro. O brasileiro Carlos Bernardes, um dos mais prestigiosos árbitros do mundo, foi o primeiro a lidar com o "VAR" (Arbitragem em vídeo) no tênis, o momento ficou para a história.

Ainda em quadra, Roger Federer teve uma jornada intensa em Melbourne, e salvou nada menos que sete match-points para voltar à semifinal do torneio. O derrota, Tennys Sandgren, decidiu beber por cada ponto do jogo perdido.

Durante a disputa do primeiro Grand Slam da temporada, uma tragédia aérea tirou a vida do astro do basquete Kobe Bryant, que era fã de tênis e no esporte fez muitos amigos. Djokovic chorou em quadra a morte do amigo e de sua filha Gianna. Osaka prestou um tributo ao ídolo e conselheiro, tal como Kyrgios. 

Ao fim do torneio, Djokovic confirmou o favoritismo e ergueu seu oitavo troféu na Austrália, após ressurgir das cinzas contra Thiem. No discurso de campeão, Nole foi tomado pela emoção em nova homenagem a Bryant

No feminino, a história de 'Cinderela' de Sofia Kenin teve final feliz, após virada contra Garbiñe Muguruza. A norte-americana colocou definitivamente seu nome entre os destaques da WTA em uma temporada que vinha tendo nomes "desconhecidos" em destaque. Caso da cazaque Elena Rybakina, que abriu o ano com o título em Hobart e até o início da pandemia tinha feito quatro finais, a última delas uma derrota para Halep em Dubai.

Falando em sequência de vitórias, Djokovic entrou em quarentena tendo vencido os 18 jogos que disputou no ano. Campeão com a sérvia na ATP Cup, em Melbourne e em Dubai, batendo Tsitsipas.

O período pré-pandemia ainda foi marcado pela aposentadoria da russa Maria Sharapova; pela grande sequência de Cristian Garin no saibro da América do Sul com títulos em Córdoba, este com virada impressionante, e Rio de Janeiro; e pela conquista do gaúcho Marcelo Demoliner de seu 3º ATP; e o retorno da belga Kim Clijsters às quadras profissionais.

Nos últimos momentos antes do início da 'quarentena' do tênis, o paranaense Thiago Wild quebrou jejum brasileiro de 3 3 anos e foi campeão na volta do ATP de Santiago. Aryna Sabalenka foi campeã em Doha. Rafael Nada foi tricampeão em Acapulco.

Pela Copa Davis, novos protocolos começavam a ser adotados e boleirinhos usaram luvas e cestos no duelo entre Japão e Equador. Na Itália, o confronto contra a Coreia do Sul foi marcado pelo medo e a ausência de torcida. O Brasil foi à Austrália e acabou eliminado em batalha de Thiago Monteiro e John Millman.

Fora das quadras, a atriz Renee Zellweger homenageou as irmãs Williams em um forte discurso no Oscar. Naomi Osaka fez a festa dos fãs ao se fantasiar de 'Pikachu'.

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