Por Gustavo Loio - Dominic Thiem, aos 27 anos, parecia ter entrado na quadra Arthur Ashe, neste domingo, com um enorme peso nos ombros. Afinal, era sua quarta decisão de Grand Slam e ele ainda buscava a primeira conquista.
Dominic Thiem, aos 27 anos, parecia ter entrado na quadra Arthur Ashe, neste domingo, com um enorme peso nos ombros. Afinal, era sua quarta decisão de Grand Slam e ele ainda buscava a primeira conquista. Do outro lado, Alexander Zverev, debutante neste nível de partida, entrou acertando tudo, parecendo não sentir qualquer pressão. E dominou as ações, praticamente, até a metade do terceiro set.
Obviamente, não faltou emoção na virada espetacular do austríaco, o primeiro na Era Aberta (desde 1968) a erguer o troféu após perder os dois primeiros sets. O quesito emocional pesou principalmente quando o alemão sacou em 5 a 3 no quinto set, mas não teve match-point. E, quando Thiem virou e serviu para o jogo em 6/5, aconteceu outra reviravolta. Até que, no terceiro match-point, no tiebreak, o austríaco finalizou a partida e fez história.
O mais importante título deste tenista nascido em Wiener Neustadt traz algumas lições. A principal delas é de que não se deve, jamais, desistir. Por diversas vezes na partida, o tão cobiçado troféu parecia muito mais perto de Zverev. Mas o austríaco jamais jogou a toalha.
E não é de hoje que Thiem mostra enorme determinação em quadra. Embora esta tenha sido esta sua primeira final em Nova York, Thiem já dera, em 2018, sinais de que poderia ir longe. Naquela ocasião, travou com Rafael Nadal uma batalha épica nas quartas de final, chegando a aplicar um pneu (6/0) no primeiro set. O espanhol precisou de 4h48m para vencer por 0/6, 6/4, 7/5, 6/7 e 7/6. Apesar da derrota, o austríaco deu uma pequena mostra do quanto poderia brilhar na quadra dura. Certamente, foi uma das partidas mais sensacionais daquela temporada (três meses antes, o austríaco perdera para Nadal, em Roland Garros, sua primeira final de Slam).
Vice novamente em Paris ano passado, perdendo para o mesmo algoz espanhol, Thiem chegara com as expectativas em alta no US Open em 2019. Mas acabou surpreendido pelo italiano Thomas Fabbiano logo na estreia, por 6/4, 3/6, 6/3 e 6/2.
E ganhar o primeiro Slam um ano após cair na estreia no mesmo torneio é uma façanha e tanto. Mais uma lição protagonizada pelo pupilo do chileno Nicolas Massu.
A de 2020 foi a sétima participação do austríaco no Grand Slam americano. Sua estreia aconteceu em 2014, então como o 45º do mundo, quando atingiu as oitavas de final.
O primeiro Major de Thiem poderia ter vindo há quase oito meses. Em janeiro, ele esteve muito perto disso, mas acabou caindo de pé diante de ninguém menos do que o sérvio Novak Djokovic na final do Aberto da Austrália, por 6/4, 4/6, 2/6, 6/3 e 6/4.
Enfim, o austríaco, que já vinha travado batalhas históricas contra dois dos maiores nomes da história, neste domingo entrou para o seleto grupo dos campeões de Slam, o 55º da Era Aberta.
Pelo que já vinha demonstrando e após tirar o enorme peso dos ombros neste domingo, a tendência é que Thiem triunfe em mais Slams daqui pra frente.
O tênis agradece.
Sobre Gustavo Loio
Jornalista formado em 1999 e pós-graduado em Assessoria de Comunicação, já trabalhou com Gustavo Kuerten. E, também, nas redações da Infoglobo (O Globo, Extra e Época), do Diário Lance! e do Jornal O Dia, além do site oficial do Pan de 2007, no Rio.