Tênis é inviável de portões fechados, afirma Fleming

A incerteza quanto à possibilidade de retomar a competição nos circuitos ATP e WTA continua onde as vozes que falam da possibilidade de jogar torneios a portas fechadas devido ao coronavírus são muito menos numerosas.

Porque Rafael Nadal e alguns outros jogadores apontaram a demanda por um grande número de pessoal de apoio que exige a realização de um evento de tênis, o que parece incompatível com a distância social exigida. O fato dos tenistas permanecerem em instalações por quase uma semana com necessidades alimentares, vestiários e outros, causa o impacto positivo de que jogar a portas fechadas teria muito menos do que em outros esportes de eventos específicos, como futebol ou basquete.

Mas há outra razão. Embora o mencionado acima se esforce para realizar partidas para conseguir os direitos televisivos, uma fonte vital nos orçamentos das equipes, no caso do tênis, as bilheterias têm grande importância para a viabilidade econômica de um torneio, e os direitos televisivos oferecem valores muito menos, tanto em níveis absolutos quanto relativos. O US Open 2020 não descartou completamente essa opção, mas as contas não terminam de sair, e mais ainda com os riscos assumidos, daí o fato de que quase todos os cancelamentos ou comemoração são discutidos, sem o prazo médio de exibição sem público. No caso do Grand Slam americano, a USTA consideraria uma mudança de local para Indian Wells antes de qualquer outra opção.

Michael Dowse, diretor executivo da organização, disse que estava considerando todas as opções, incluindo jogar o torneio a portas fechadas.

Uma adição adicional ao problema de retomar o tênis após esse coronavírus: "Parece cada vez mais difícil jogar de novo este ano", diz Peter Fleming, top 10 dos anos 80, que aponta reflexões interessantes. "A NBA poderia sobreviver apenas com direitos de televisão, mas no caso do tênis é impossível. Os torneios não ganhariam dinheiro jogando a portas fechadas, é isso que me leva a pensar que será difícil para nós assistir a qualquer torneio. O US Open é complicado porque o vírus se espalhou com intensidade em Nova York e a organização de um evento como esse exige muito tempo, então acho que eles o cancelarão", diz ele no Tennis.com.

"Caso a situação melhore e os torneios possam ser disputados, duvido muito que veríamos arquibancadas lotadas. Primeiro porque medidas de distância social precisariam ser estabelecidas e depois porque a demanda seria baixa. Acho que as pessoas não terão entre suas prioridades participar de grandes eventos ", reconhece Peter Fleming, que afirma ter necessidade de oferecer semanas de treinamento aos jogadores, se eles quiserem voltar: "Seria necessário limitar muito o calendário. Após um intervalo como esse, o corpo precisa se preparar bem e deve haver muito tempo de descanso entre torneios e torneios", declara o americano.