Drouet alerta para drama de treinadores no circuito: 'Vou entregar pizza'

Treinador da chinesa Qiang Wang, o monegasco Thomas Druet concedeu uma entrevista ao jornal L'Equipe e comentou que não conseguiu chegar a um acordo com sua atleta e terá de "entregar pizza" para honrar com seus compromissos financeiros.

Druet explicou a situação entre ele e Wang ao jornal: "Eu tenho um contrato entre 35 e 40 semanas. Quando soubemos que os torneios seriam cancelados no mínimo até julho (agora até agosto), pedi a ela para encontrar um acordo, para me pagar 50% do meu salário, que contaria como uma semana inteira. Mas ela recusou porque não ganhou dinheiro".

Segundo o treinador, que organizou o sistema de jogo que levou Qiang a surpreender Serena Williams no Australian Open, os técnicos de contrato estão muito vulneráveis financeiramente. "Não tenho direito a nenhuma ajuda, por isso é um pouco precário e, principalmente, que não sabemos quando o circuito será retomado. Decidimos treinar a partir de 1º de junho na China, três semanas, depois nas Ilhas Maurício, mais três semanas. Nós não sabemos. Se eles cancelam todo o circuito, não sei como vou fazer", acresceu.

"Quem está começando pode estar em uma situação precária, quem está lá há dez anos, sabemos como funciona. Por que estamos fazendo pé de meia? Porque sabemos muito bem que uma parceria com um jogador pode acabar de uma hora pra outra. Somos obrigados a planejar os poucos meses de calendário", concluiu.

Segundo o profissional, se o circuito não for retomado em breve, ele mesmo poderá ter de encontrar outra atividade profissional para sobreviver: "Vou lá entregar pizza".

Entretanto, ele que levou a húngara Timea Babos a dois títulos de Grand Slam nas duplas e foi eleito o treinador do ano no circuito WTA em 2018, diz que ele está distante da precariedade vivida por boa parte dos profissionais que atuam por conta, semana a semana, na temporada.