Por Gustavo Loio - Pelo que se viu na interessantíssima e debutante ATP Cup, Novak Djokovic chegará a Melbourne, mais uma vez, muito favorito para ampliar seu recorde de títulos no Aberto da Austrália. O sérvio tem, por enquanto, sete.
O número 2 do mundo venceu todas as partidas que disputou no torneio que abriu a temporada. Incluindo aí seis de simples.
E apenas o canadense Denis Shapovalov, nas quartas de final, e o russo Daniil Medvedev, na fase seguinte, ganharam um set do sérvio. O primeiro foi quem esteve mais perto de derrotar Nole. Mas caiu por 4/6, 6/1 e 7/6 (7/4), em 2h40. Já o tenista da Rússia lutou durante 2h47 na derrota por 6/1, 5/7 e 6/4.
Obviamente derrotar Djokovic no primeiro Grand Slam de 2020 tende a ser uma tarefa ainda mais complicada. Até porque não é fácil imaginar algum rival tirando três sets do heptacampeão em seu torneio preferido.
Aos 23 anos, nove a menos que Nole, Medvedev me parece ser quem está mais próximo de surpreender o sérvio. Não apenas pelo ótimo jogo contra o rival em Sydney. Mas, principalmente, pelo nível incrível de jogo que vem mostrando nos últimos meses.
Em setembro, em sua primeira final de Grand Slam, o russo, depois de perder os dois sets iniciais, levou a decisão contra o espanhol Rafael Nadal para uma dramática quinta parcial. Certamente, uma das melhores partidas de 2019, talvez só perdendo para a épica final de Wimbledon, em que Djokovic salvou dois match-points contra ninguém menos que o suíço Roger Federer.
Na ATP Cup, antes de perder para Nole, o russo emplacara triunfos contra o italiano Fabio Fognini, o americano John Isner, o norueguês Casper Ruud e o argentino Diego Schwartzman.
No Aberto da Austrália, Medvedev só poderá reencontrar Djokovic numa eventual decisão. Antes, no entanto, o genial e genioso tenista da Rússia deverá passar por Nadal na semifinal.
Embora tenha 1,98m, a rapidez é uma das armas de Medvedev. Dono, também, de um saque dos mais eficientes e potência tanto no forehand quando no backhand, o russo tem repertório capaz de levá-lo a se tornar um campeão de Slam em breve. Os jogos recentes contra Nadal e Djokovic mostram que o agora número 4 do mundo não se entrega e leva os rivais ao limite. Uma pena que o atual vice do US Open ainda tenha alguns comportamentos em quadra incompatíveis com o craque que é.
Shapovalov, por sua vez, ainda não mostrou a regularidade de Medvedev, mas tem muito potencial. Vide as vitórias sobre o alemão Alexander Zverev e contra o grego Stefanos Tsitsipas, na ATP Cup. O canadense, além da derrota para Nole, perdeu um jogo sensacional para outro bom nome da nova geração: o anfitrião Alex De Minaur.
Dono de seis títulos em Melbourne, Federer ainda não estreou em 2020. Só o tempo dirá se o gênio suíço terá condições de evitar o oitavo troféu de Djokovic no Aberto da Austrália.
Sobre Gustavo Loio:
Jornalista formado em 1999 e pós-graduado em Assessoria de Comunicação, já trabalhou com Gustavo Kuerten. E, também, nas redações da Infoglobo (O Globo, Extra e Época), do Diário Lance! e do Jornal O Dia, além do site oficial do Pan de 2007, no Rio.