A temporada 2019 até agora foi bastante atípica para o espanhol Rafael Nadal, que mesmo no saibro europeu conquistou apenas um título. O conjunto da obra preocupou seu treinador, Carlos Moya, que chegou considerar improvável um título em Roland Garros.
“Se Roland Garros fosse antes de Barcelona, há um mês, era improvável que ele conquistasse o título”, avaliou o espanhol Carlos Moya. “Minha esperança é que ainda tínhamos tempo, e tudo poderia mudar, já que estamos falando de um grande jogador. Por isso seguimos lutando, mantendo uma postura positiva, sempre dando um passo adiante. A única maneira de sair da crise era jogar. Em Barcelona funcionou, mas tinha mais dúvidas com relação a Madri”.
“Não é algo que muda da noite para o dia. São muitas coisas pelas quais ele passou todos esses anos, e são resultados incríveis para o pouco que ele competiu. É verdade que chega um momento em que o copo transborda, e esse momento foi depois de Indian Wells. A recuperação da lesão no joelho foi tranquila, o difícil foi ele se recuperar mentalmente. Isso pôde ser visto nos torneios. Em Monte Carlo fiquei surpreso dele vencer três partidas, pois chegamos mal preparados e em um momento de baixo ânimo”, revelou o treinador.
“Fisicamente ele não estava bem e sua bola não se aprofundava. Estava cometendo mais erros que o habitual, corria mais, chegava atrasado nas bolas, teve muitas dúvidas em qual hora atacar e em qual hora defender. Mas principalmente a bola funda que empurra o adversário para trás não estava funcionando”.
“Houveram momentos críticos, claro, e foram em Barcelona. Rafa estava forte de cabeça, mesmo sabendo que não estava em seu melhor momento. Isso lhe deu a oportunidade de se reconstruir. Em Madri fez um bom torneio e em Roma veio a confirmação de que a fase havia passado”, confessou.
“Sinceramente, nunca havia visto Rafa assim, muito menos nos torneios de saibro. Estava muito cabisbaixo, sem motivação. Chegou a perder a vontade de jogar. É estranho que isso tenha acontecido em um torneio na Espanha e no saibro. O animamos a seguir lutando, fazer o esforço de pelo menos tentar sair desse momento. Era uma situação complicada, mas ele deveria olhar para frente”.
“A verdade é que fizemos apenas o que podíamos no momento: fizemos ele jogar, mantivemos uma postura positiva e o bom humor. Parece até mentira que várias semanas depois ele tenha esse nível. Era essa minha esperança e de toda a equipe, que as coisas mudassem até Roland Garros”, concluiu Carlos Moya.