Por Marden Diller – Nesta quarta-feira o brasileiro Bruno Soares estreou na chave de duplas do Rio Open com uma boa vitória diante dos brasileiros Fabiano de Paula e Thiago Monteiro. Em coletiva após o jogo, Bruno avaliou a partida e sua temporada 2017.
“Teve um pouco da questão da estreia, um pouco da adaptação, um pouco de acostumar com as luzes em quadra”, comentou Soares sobre o início lento da partida em que foram obrigados a salvar um break point ainda no primeiro game. “Dava para ver que o Thiago era o cara que estava mais solto, mais adaptado ali, já tinha feito um jogo no torneio. Eu, Jamie e Fabiano (de Paula) ainda estávamos entrando no jogo. O primeiro set poderia ter sido bem diferente, porque até depois do meu saque quando a gente quebrou, a gente salvou um 30/40. Mas felizmente conseguimos fechar o primeiro e depois deslanchamos”.
Ainda comentando sobre a partida, o mineiro falou um pouco sobre o carioca Fabiano de Paula que, oriundo de um projeto social da Favela da Rocinha, busca se consolidar no circuito de duplas após anos no circuito de simples da ATP.
“Para mim é difícil falar, fazia um tempo que não via o Fabiano jogar. Pelo que eu estive conversando com o pessoal que o tem visto jogar, ele evoluiu bem. E está tendo resultados, sempre beliscando um bom resultado em Challenger aqui e ali. Eu acho uma opção legal, sinceramente. Fabiano tentou em simples, mas sentiu que poderia ganhar nas duplas, mas tem que remar, o caminho é longo e eu acho que ele está bem preparado. Está num lugar bem legal, num centro de treinamento bacana e espero que daqui a pouco ele esteja entre os melhores com a gente”.
Com a vitória veio a vaga nas quartas de final do torneio, onde Soares e Murray terão pela frente o tcheco Roman Jebavy e o argentino Leonardo Mayer, uma dupla perigosíssima, segundo o próprio Soares. Em caso de vitória, terão pela frente David Marrero e Fernando Verdasco na semifinal. O brasileiro fez uma rápida análise do que tem pela frente, mostrando estar ciente do desafio e preparado para enfrenta-lo.
“Nossa chave daqui para frente o lance é jogar de capacete, só os caras que dão porrada pelo caminho”, brincou, provocando risadas dos presentes. “Conhecemos bastante o Jebavy e o Mayer, jogamos anteriormente contra eles, são caras que jogam muito bem no saibro, são fortes, pegam duro na bola. A gente tem que tentar amanhã levar o lance para a dupla o mais rápido possível, fazer pontos rápidos, buscar bastante a rede. Contra essas duplas que batem muito forte a gente tem que fazer eles hesitarem um pouquinho, pensar um pouco, porque se deixarmos eles soltos é muita pancada. Quanto à Marrero e Verdasco... se vencermos amanhã eu falo sobre eles”.
Por fim, o número 9 do ranking aproveitou para fazer um balando de sua temporada 2017 que, apesar de carente de grandes títulos, foi descrita como superior à 2016 pelo próprio. E ele explicou detalhadamente o motivo: “Para ser sincero, eu acho que 2017 tenisticamente falando foi até melhor que 2016. É que em 2016 demos dois pancadões, vencemos dois Grand Slams e terminamos como número 1, mas acredito que em 2017 fomos muito mais consistentes. A gente jogou em um nível muito alto, mas foi um ano muito frustrante para nós. Indian Wells e Miami, contra o Marcelo, foram dois torneios que a gente podia tranquilamente ter ganhado; Roland Garros, tivemos match point nas quartas com a chave super aberta; algumas traves que batemos em Masters 1000 como a final de Cincinnati. Foi um ano que jogamos bastante sólidos, mas faltou abraçar os finalmentes ali e vencer os torneios. A gente está jogando muito bem tênis e precisamos ter tranquilidade e não deixar nada abalar nossa confiança nos estágios finais dos torneios. É difícil ter uma temporada perfeita, haverá algumas engasgadas ao longo do ano — a Austrália foi uma delas — mas vamos buscar os resultados na gira de quadras duras dos Estados Unidos e tentar sair de lá com bastante confiança”.