Campeã de 18 títulos de Grand Slam e uma das maiores ativistas pelos direitos das mulheres e homossexuais no tênis, Martina Navratilova manifestou-se em uma carta aberta sobre as declarações da australiana Margaret Court.
Na carta, Navratilova comentou que “não deveríamos estar dando atenção a este tipo de comportamento”. Aos 60 anos de idade, a ex-tenista endereçou uma carta à Margaret Court Arena, uma das principais quadras do complexto do Australian Open.
“Agora fica claro quem é Margaret Court: uma incrível tenista, racista e homofóbica. Seu discurso não é apenas uma questão de opinião, ela está ativamente tentando evitar que grupos LGBT tenham direitos iguais (nota para Court: nós também somos seres humanos”, disse Navratilova na carta.
Nos anos 90, Court disse que Navratilova era um péssimo exemplo para os jovens por ser homossexual. Apesar de ter perdoado a australiana pelos comentários, Navratilova recentemente tomou conhecimento dos comentários feitos pela ex-tenista sobre o regime do apartheid.
Em 1970, Court disse: “A África do Sul tem a questão racial muito mais organizada do que qualquer outro país, melhor até que nos Estados Unidos”.
Court conquistou 24 títulos de Grand Slam em simples, sendo 11 deles na Era Aberta. O recorde supremo da australiana costa de 62 títulos de Grand Slam incluindo simples, duplas e duplas mistas. A australiana venceu cada um dos quatro torneios em todas as modalidades.
Navratilova classificou as ações de Court como “bullying” e disse que estádios esportivos recebem nomes de atletas “por quem eles são como seres humanos, não apenas pelo que fizeram em quadra”.
“A plataforma que pessoas como Margaret Court usam para espalhar sua palavra precisa ser menor, não maior”, disse Navratilova.
Para Navratilova, a Margaret Court Arena deve receber no nome de Evonne Goolagong, tenista australiana vencedora de 14 títulos de Grand Slam descente de aborígenes.
“Acho que Evonne Goolagong Arena tem uma conotação muito melhor”, ela adicionou. “Aí sim teríamos uma pessoa que todos poderemos admirar. Em todos os níveis”.