Por Luiz Gimpel - O nome da vez no Beach Tennis nacional e internacional feminino é Rafaella Miller, que sempre foi destaque nas categorias de base do tênis e migrou para a areia, já como profissional.
A paranaense, que atualmente ocupa a 11ª posição no ranking mundial da ITF, é natural da cidade de Londrina, mas reside em Camboriú (SC), onde trabalha em uma empresa de materiais para construção. Aos 23 anos, a jovem acaba de se consagrar nada mais nada menos do que campeã do mundo, na Itália, junto à carioca Joana Cortez, e, após essa expressiva vitória, nos concedeu uma entrevista exclusiva.
Luiz Gimpel: Quando e como você começou a jogar Beach Tennis?
Rafaella Miller: A primeira vez que joguei beach tennis foi há uns 2 anos. Eu estava caminhando na praia, a amiga da minha prima estava jogando e acabei indo brincar. Mas comecei a treinar pra jogar torneio em fevereiro do ano passado (2015).
LG: Antes do Beach Tennis, você praticava outro(s) esporte(s)? Você acha que te ajudaram na adaptação?
RM: Eu jogava tênis, e parei na transição para o profissional. Com certeza a adaptação foi muito mais rápida.
LG: Como é a sua rotina de treinos?
RM: Durante a semana tento treinar duas vezes na praia e duas vezes a parte física. Durante os fins de semana, faço mais jogos. Quando não consigo treinar durante a semana, treino durante o fim de semana. Eu trabalho o dia todo, então tento conciliar os melhores dias.
LG: Foi sua primeira viagem para o exterior para competir com o Beach Tennis? Como foi essa experiência? Quais torneios você jogou?
RM: Para jogar Beach Tennis, foi a primeira vez ao exterior. Foi uma experiência incrível, quero fazer isso todos os anos, se puder. Eu joguei o torneio de Kazan, na Rússia, o Mundial por Equipes, em Moscou, Torre del Lago e Cervia, na Itália, e Tóquio, no Japão.
LG: Como foram seus dias na Itália? O mundo do Beach Tennis na região da Emilia Romagna é realmente diferente? Você acha que os treinamentos são muito diferenciados?
RM: Antes de jogar em Torre del Lago e Cervia, treinei alguns dias com a Simona (Bonadonna, grande jogadora italiana de 30 anos). Conheci um nível de Beach Tennis altíssimo. Achei uma realidade bem diferente, acrescentou muito pra mim.
LG: Falando agora do Mundial da Cervia, você acreditava que poderia se sair campeã?
RM: Em nenhum momento eu achei que seria campeã desse torneio, sabia que era uma competição muito difícil, as melhores do mundo estavam lá. Mas tivemos uma semana iluminada.
LG: Como foi jogar na quadra central diante de mais de 3000 espectadores, com transmissão ao vivo para o mundo todo?
RM: Jogar na quadra central é uma experiência incrível e indescritível. Nunca tinha jogado diante de um público desses. Quando entrei na quadra para aquecer meu corpo inteiro pesou. Primeiro set foi bem difícil, mas depois consegui me soltar. Durante o jogo tentava não pensar nisso.
LG: Em sua opinião, qual foi o diferencial que as consagrou campeãs na final, diante de uma gigantesca torcida italiana?
RM: Do primeiro jogo até a final, nós fomos evoluindo muito. Acho que foi a junção de várias coisas. Não só dessa semana, mas de todo o tempo que passamos na Itália. Mas, na final, lembro que a Joana me falava: “joga com o coração”. Soubemos lidar com a pressão.
LG: Foi seu primeiro torneio jogando com a Joana Cortez (carioca, 5ª na lista feminina mundial)? Vocês pretendem continuar jogando juntas?
RM: Joguei o Mundial por Equipes junto com a Joana, em Moscou (Rússia), Torre del Lago e Cervia (Itália), e Tóquio (Japão). E sim, vamos continuar jogando juntas.
LG: Conte-nos um pouco de como foi a experiência no Japão.
RM: Lá foi muito “show”, ganhamos os dois torneios. Tivemos bons resultados em todos os jogos e visitei vários lugares. Também assisti ao torneios de tênis ATP 500 que estavam acontecendo lá.
LG: Para finalizar, qual(is) conselho(s) você daria para as jovens meninas que estão começando no Beach Tennis?
RM: O conselho que eu dou é que, se vocês realmente querem algo, têm que trabalhar duro para isso. Existe um preço a ser pago, mas as coisas acontecem, os sonhos se realizam. Basta vocês acreditarem e confiarem em vocês mesmos e em Deus.