Não é incomum: quando um ‘azarão’ vence um Grand Slam, a pressão que vem junto ao troféu costuma fazê-lo desviar do foco, por algum motivo, durante algum tempo. E isso aconteceu com a alemã Angelique Kerber.
Campeã do Australian Open, em janeiro, ela admitiu que não estava conseguindo ter uma rotina normal após Melbourne. Isso a fez perder em seu primeiro jogo nos WTAs de Doha e Indian Wells, até que ela alcançasse as semifinais em Miami e Charleston, até finalmente voltar a ser campeão, em Stuttgart, no último domingo.
“Era um pouco de tudo [o motivo pelo qual ela perdeu o foco]. Não tinha muito tempo para me preparar para os torneios seguintes e treinar duro, como pude fazer antes de Indian Wells”.
Ela admite que a pressão midiática também a afetou bastante. “Não era nada sensível encontrar um equilíbrio entre o stress que eu sofria por parte dos meios [de comunicação] e jogar um bom nível de tênis na quadra. Agora, diferentemente, estou me acostumando à mídia e a tudo que tenho de fazer fora da quadra. Sei como lidar com toda essa pressão e isso é algo que me faz sentir muito mais segura comigo mesmo, em comparação a algumas semanas atrás”.
O bicampeonato no WTA Premier de Stuttgart foi a confirmação definitiva de que Kerber está ao menos perto do nível mostrado na Austrália. Sendo assim, por que não pensar que ela pode ganhar seu segundo título de major em Paris?
“Há alguns anos, o saibro não era minha superfície preferida. Mas, entre a temporada passada e essa, ganhei muita confiança, jogando bem em Charleston [no har-tru, o saibro verde] e ganhando [duas vezes] aqui em Stuttgart. Meu jogo também pode ser muito bom na terra batida. Tenho muita vontade de que cheguem logo Madri, Roma e Paris [Roland Garros]”, concluiu, citando os três grande torneios que estão por vir.