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Thiago Monteiro bate Tsonga em vitória histórica no Rio Open

Quarta, 17 de fevereiro 2016 às 16:49:36 AMT

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Tênis Profissional

Thiago Monteiro, 338º da ATP. conseguiu a maior vitória da carreira, que ficará marcada na história do tênis brasileiro e mundial. Vencendo o francês Jo-Wilfried Tsonga, 9º do Mundo, classificou-se à segunda rodada do Rio Open, maior torneio de tênis da América do Sul.



O placar da partida foi 6/3, 3/6 e 6/4, em 2h05min.

O primeiro game foi fácil para Tsonga. Monteiro, que ainda parecia nervoso com a magnitude do jogo, só ficou tranquilo quando confirmou seu saque, no segundo game, após Tsonga levar um tombo na quadra. O francês ficou um pouco irritado, pois logo depois caiu de novo, e saiu de jogo. Enfrentou dois break points no terceiro game, após cometer uma dupla falta, mas conseguiu se salvar. No quinto game, mais duas chances, após mais uma dupla falta. Na primeira, mais uma devolução errada de Monteiro e, na segunda, o cearense julgou que a bola profunda de Tsonga iria para fora e fez o golpe de vista, mas ela quicou bem em cima da linha. O francês aproveitou e, mais uma vez, confirmou seu serviço. Thiago jogava solto, confirmou seu game de saque facilmente e contou com uma dupla falta e dois erros do francês para ter 0 /40. Após cometer um erro de devolução na primeira chance, assim como nos outros games em que as tivera, Monteiro partiu pra cima e, após uma curtinha bem alta de Tsonga, quebrou o saque do 9º do Mundo. Em seguida, sacou muito bem, venceu mais um game de 0 e pôs 5/3 no placar, ficando a somente um game da vitória na parcial. Então, Jo foi sacar em 3/5. Parecia um game fácil, com 40/15, mas Thiago teve personalidade, voltou no game e construiu o set point. Em uma dupla falta de Tsonga, o improvável aconteceu: o cearense, 338º do mundo, vencia um set sobre o poderoso e temido francês.

No início da segunda etapa, Thiago começou um pouco afobado. Após bons saques, quis definir rapidamente os pontos, errou, deu pontos de graça e logo se viu frente a um 15/40 em seu saque. A quebra foi inevitável, e Tsonga passou a jogar com um pouco mais de estabilidade. Apesar de ir ao banheiro no intervalo do 2/1, parecendo estar desconfortável com a alta umidade carioca, ele mantinha seu serviço. No sexto game, sacando em 3/2, Tsonga mostrou a instabilidade que o caracterizara até o momento no jogo: fez um ace, cometeu uma dupla falta, rifou várias bolas, cedeu break point e o salvou. Saindo do buraco com dois bons saques, ele conseguiu confirmar seu saque, mas não sem antes rifar mais uma bola. Apesar de inconstante, o saque do francês aparecia quando ele mais precisava, e ele mantinha seu saque, mesmo com todos os erros. No nono game,

Logo no primeiro game, Monteiro jogou muito bem e teve 15/40. Com um erro no forehand do brasileiro e um bom saque de Tsonga, o 9º do Planeta buscou o game. Depois de mais um erro de Thiago, Jo fechou com um ace. Ficava claro o porquê de Tsonga ser top 10, mesmo tão instável: na hora em que precisava, ele sabia o que fazer e, como se fosse fácil, fazia-o. Ele se soltou um pouco mais, e logo teve 0/30 no game de serviço do brasileiro. Thiago, então, mostrando grande personalidade, voltou bem demais no game, dominando com seu forehand e superando Tsonga. Depois de lutar, ele empatou em 1/1.  Seguiram-se três games bem fáceis nos saques dos tenistas, e o sexto game, com Thiago sacando em 2/3, mostrou-se perigoso. Ele se viu contra um 15/30, jogou bem, viu Tsonga errar uma bola e se irritar bastante, foi à igualdade e conseguiu manter o serviço, para mais irritação do francês. O fim ia se aproximando, e Thiago mantinha-se de pé, pronto para tomar o jogo do número 9 do Mundo. Os dois confirmaram seus saques com facilidade, e Tsonga foi sacar em 4x4.

Thiago foi ousado, partiu para cima, e Tsonga cedeu uma dupla falta no 15/30, dando a Thiago duas chances de quebra. Isolando uma direita em seguida, o francês deu a Monteiro a chance de sacar para a partida. Após descansar e pensar muito no que fazer, enquanto Tsonga, sem acreditar que estava a ponto de perder para o 338º da ATP, socava a bag [bolsa que carrega o material do tenista]. No entanto, Tsonga é número 9 do mundo, e fechar não seria tarefa fácil. Ele começou jogando dois ótimos pontos, aplicando, inclusive, uma curtinha perfeita. No entanto, Thiago sacou bem, foi para cima e, dominando com a direita, chegou ao 40/30. Era o ponto da partida. Tsonga deu um slice rasante à rede, provocou o erro de Thiago e logo em seguida teve duas chances para quebrar. Ele, porém, estava com o braço preso, e errava, desperdiçando suas oportunidades, ameaçando quebrar a raquete na lona dos patrocinadores e se irritando bastante. Na terceira igualdade, Thiago trabalhou muito bem o ponto e teve o segundo match point. Nele, pressionou, e o erro do 9º da ATP veio: Thiago ganhava de um monstro do tênis. O cearense, que fora número 2 do ranking juvenil e sofrera com contusões que o afastaram de seu melhor ranking, conheceu a redenção, em uma das grandes vitórias na história do tênis brasileiro.

“Minha estratégia foi acreditar, aprofundar as bolas, pois ele gosta de bater bastante de direita. Saquei bem, ele sentiu um pouco o calor, eu acho, e eu consegui sair com a vitória", disse Monteiro.

Agora, ele enfrenta mais uma pedreira: o uruguaio Pablo Cuevas, 45º, por uma vaga nas quartas de final. Depois de hoje, o céu é o limite para Thiago.

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