Por Jean Kanzler - A temporada de 2024 chegou ao fim, e Thiago Wild jogou muitos dos maiores torneios do circuito, enfrentando grandes adversários e apresentando potencial pra sonhar mais alto em 2025.
Leia Mais:
Thiago Monteiro: um 2024 com grandes vitórias e Ponto do Ano
Entre em nosso canal no WhatsApp!
Foi em 2024 que Thiago Wild atingiu seu melhor ranking da carreira, 58, em maio. O paranaense fechou a temporada na 74ª posição, se consolidando no Top 100 e apresentando alto nível de tênis em algumas semanas, fazendo jogos equilibrados contra tenistas que estão um patamar acima do brasileiro no que diz respeito a ranking e resultados.
Wild, de 24 anos, iniciou a temporada jogando a United Cup, na Austrália, sofrendo duas derrotas em dois duros jogos, contra o Top 10 polonês Hubert Hurkacz e o espanhol Alejandro Davidovich Fokina, então 38º. Na semana seguinte, furou o qualificatório no ATP 250 de Adelaide, mas parou na primeira rodada da chave principal. No Australian Open, primeiro Grand Slam do ano, Wild fez um jogo sensacional contra o russo Andrey Rublev, 5 do mundo na ocasião, com 7/6 no quinto set. Confira abaixo os melhores momentos da partida, onde o brasileiro levou Rublev ao limite:
Na gira sul-americana de saibro, Wild não começou bem, com derrotas nas estreias em Córdoba e Buenos Aires, mas no ATP 500 Rio Open o paranaense conquistou duas vitórias, sobre o chileno Alejandro Tabilo, 52º, e o espanhol Jaume Munar, 73º, sendo derrotado nas quartas de final para o britânico Cameron Norrie, 23 do mundo naquela semana. Em Santiago, no Chile, torneio em que o brasileiro já foi campeão, acabou eliminado nas oitavas de final pelo jovem promissor Arthur Fils, da França, 44º na ocasião.
Nos Masters 1000 de Indian Wells e Miami, ambos nos Estados Unidos, campanhas positivas, furando o qualificatório em ambos os eventos e ainda avançando duas rodadas na chave principal, caindo na terceira rodada, torneios em quw conquistou duas das maiores vitórias do ano. Em Indian Wells superou o russo Karen Kahchanov, 15 do mundo, e em Miami, venceu o norte-americano Taylor Fritz, hoje no Top 10 e número 13 do mundo na semana do torneio. Na temporada europeia de saibro, Wild fez terceira rodada no Masters 1000 de Madri, vencendo Lorenzo Musetti, 29º, e caindo para o astro espanhol Carlos Alcaraz, então 3º do ranking, por 6/3 6/3. No Masters de Roma, caiu na segunda rodada, assim como no ATP de Lyon, França; e caiu nas estreias de Bucareste, Romênia, e no forte Challenger de Turin, Itália. Em Roland Garros, novamente um duro desafio em Grand Slams para Thiago, perdendo para o experiente francês Gael Monfils, 37º.
Na temporada de grama, dois torneios disputados: no ATP inglês de Eastbourne, perdeu numa revanche para Taylor Fritz, na segunda rodada. Em Wilbledon, Wild parou na segunda rodada para o Top 15 dinamarquês Holger Rune. O brasileiro parou nas estreias do ATP 500 de Hamburgo e nas Olimpíadas de Paris, mas fez quartas de final no ATP 250 de Kitzbuhel, na Áustria e oitavas de final no ATP 250 de Winston-Salem, Estados Unidos. A seguir, Thiago teve uma sequência negativa de três derrotas, no US Open, novamente contra Andrey Rublev, desta vez em três sets, e nos Challengers de Genoa, Itália e Szczecin, Polônia; mas compensou chegando na final do Challenger de Bad Waltersdorf, perdendo para o espanhol Jaume Munar na decisão.
Na reta final da temporada, Wild disputou mais quatro torneios. Foi eliminado na estreia do Challenger de Lisboa, e na semana seguinte fez segunda rodada no Masters 1000 de Shanghai, China, sendo eliminado para o russo Daniil Medvedev, número 5 do mundo, por 7/5 7/5. O brasileiro venceu Medvedev no ano anterior, em Roland Garros. Wild foi então para Antuérpia, na Bélgica, onde fez boa campanha no ATP 250 local, furando o quali e vencendo na primeira rodada o francês Mpetshi Perricard, 48º do mundo na ocasião, e caindo nas oitavas de final para o grego Stefanos Tsitsipas, 11º, em partida bastante equilibrada, com 7/5 no terceiro set (veja melhores momentos abaixo). Em seu último evento do ano, Thiago novamente furou um qualificatório, no ATP 500 de Vienna, na Áustria, onde foi eliminado na primeira rodada pelo russo Karen Kahchanov.
Logo na semana seguinte ao torneio austríaco, Wild anunciou o encerramento da temporada de 2024 para poder fazer uma cirurgia de remoção de uma hérnia abdominal, que exige em torno de 45 dias sem atividades físicas de alta intensidade. Em torneios nível ATP, o paranaense fechou a temporada com 20 vitórias de 25 derrotas.
Polêmica da Copa Davis marcou ano de Wild
Thiago não foi escalado para fazer parte do time brasileiro que participou do Grupo Mundial da Copa Davis, disputado em setembro, na Itália. Ele havia alegado dores no pé para justificar sua ausência no confronto anterior, diante da Suécia, em fevereiro; mas poucos dias depois o paranaense esteve na disputa da gira sul-americana de saibro, jogando quatro torneios em quatro semanas. O Capitão da equipe brasileira, Jaime Oncins, não chegou a citar o nome de Wild, mas disse que a escolha foi baseada na confiança que tem nos atletas: "Como tive que fazer a convocação dois meses antes dos jogos, optei por manter o mesmo time que buscou a vitória num momento difícil do confronto. Tenho muita confiança nesses jogadores e todos vêm passando por bom momento”, ponderou Oncins, que escalou Thiago Monteiro, Felipe Meligeni, Marcelo Melo, João Fonseca e Rafael Matos para ir à Bolonha.