A última coletiva pós jogo de Lleyton Hewitt como tenista foi emocionante. O australiano falou da incrível noite onde acabou derrotado por David Ferrer, do futuro, mas também acabou comentando o envolvimento de seu nome com as apostas.
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“Lá fora, na quadra, obviamente têm tantas coisas passando pela cabeça... Eu tentei absorver ao máximo tudo que estava acontecendo naquela quadra pela última vez”, disse Hewitt sobre a noite histórica.
“A atmosfera estava inacreditável na Arena. Alguns dos gritos desta noite foram os mais altos que já escutei na vida, eu estava tendo calafrios com aquilo”, comentou, para depois emitir o que sentiu quando foi homenageado pelos jogadores. “Claro, ver o vídeo com aquele grandes jogadores [Federer, Nadal, Murray e Kyrgios] falando de mim naquela luz... foi emocionante demais”.
O australiano expressou a emoção que foi conviver com as pessoas mais próximas pela última vez numa situação tão corriqueira em todos os anos de carreira. “Foi especialmente difícil quando cheguei ao vestiário. Estar com meus amigos íntimos e o staff, que me ajudaram tanto durante anos.. é um sentimento estranho, porque é decepcionante não seguir em frente [não jogar mais], mas obviamente [estou] orgulhoso de tudo que fizemos juntos, também”.
Comentando a declaração de Nick Kyrgios, que o chamou de ‘melhor jogador da Austrália’ e disse que ele não deveria parar de jogar, Hewitt disse que ‘já é a hora’. “Tirei o máximo do meu corpo, levei-o ao limite. Anseio pela nova fase profissional da minha vida, em termos de aprendizado e de ajudar os garotos que estão surgindo”. Ele ainda comentou que está ansioso para ver o desenrolar da carreira de Kyrgios.
Falando sobre seu primeiro Australian Open, em 1997, Lleyton confessou que não lembra de tudo e sente um pouco de vergonha do seu antigo jeito. “Quando olho para a filmagem e me vejo jogando com Bruguera [Sergi, espanhol, em 1997], sim, parece que passaram-se cem anos [desde que jogou pela primeira vez no Grand Slam local]. Eu tinha quinze anos e usava roupas folgadas, parecia que tinha dez anos. Quando vejo as antigas coletivas de imprensa, não me lembrava de todas elas. São um pouco constrangedoras”.
Sobre Federer ter afirmado que Hewitt levou o tênis a outro nível e o ensinou muitas coisas, o australiano foi modesto. “Sim [acho que mudei o jogo], possivelmente. Acho que ajudei os tenistas que jogavam no fundo da quadra a acreditar que poderiam vencer daquele jeito, especialmente por fazer isso bem em todos os pisos. Antes de mim, com exceção de Agassi em Wimbledon 92, talvez não tenha sido feito.
A lenda aussie comentou sobre os escândalos de apostas no tênis. “Acho que é uma piada. Quer dizer, não tem jeito. Sei que meu nome está envolvido nisso agora [a lista divulgada ontem por um site de dados esportivos aponta Hewitt como um dos participantes dos esquemas], mas não acho que qualquer pessoa aqui pense que eu me corrompi ou combinei jogos algumas vez; é simplesmente absurdo”, disse.
“Para qualquer um que queira levar isso adiante, boa sorte. Leve meu nome com isso. É muito decepcionante, acho que envolver meu nome nisso faz de tudo isso uma absoluta farsa”, completou um dos maiores jogadores australianos de todos os tempos.
Por fim, Hewitt destacou como melhores momentos da carreira o título da Copa Davis em 2003, na mesma Rod Laver Arena em que encerrou a carreira, e os dois Grand Slams que conquistou [US Open 2001 e Wimbledon 2002]. “Sim, a semifinal da Copa Davis, mas também a final contra a Espanha, quando venci Juan Carlos Ferrero em cinco sets, no primeiro dia. Algumas das melhores memórias são conquistando o título com o time [Austrália], Mark Philippoussis, isso é muito especial”, disse, acrescentando em seguida. “Os dois Grand Slams também, obviamente”.