Lleyton Hewitt está preparado para seu vigésimo Australian Open, o último torneio da carreira. O ídolo australiano falou com a imprensa e fez uma retrospectiva dos – muitos – momentos vividos em Melbourne.
Comentando como está se sentindo sabendo que entrará no Melbourne Park como jogador pela última vez, ele foi honesto. “Sinceramente, não sei o que sinto. É uma sensação estranha, mas estou aproveitando-a ao máximo. Tenho que tentar bloquear o que vem de fora, porque posso estar passando por estas mesmas emoções dois dias depois. Essa será a parte mais difícil de tratar”, disse o natural de Adelaide.
Na primeira rodada, ele enfrentará o jovem conterrâneo James Duckworth, 134º da ATP, de 23 anos. Hewitt falou justamente sobre o suporte que tem dado aos jovens recentemente. “Nos últimos cinco anos, venho assumindo mais um papel de mentor com os garotos australianos, sobretudo nas equipes de Copa Davis, inclusive ajudando-os a sair e treinar com eles quando viajamos. Muitos meninos foram a minha casa e treinaram comigo, seja na Austrália ou no exterior”, disse a estrela do país canguru, mostrando a grande satisfação, em seguida. “Aproveito muito ao vê-los melhorando; serão os líderes do nosso esporte, no nosso grande país. Isso me enche de orgulho”.
Muita coisa mudou desde a primeira participação em Melbourne, em 1997. Mas uma memória foi destacada como a preferida do tenista. “A vitória contra Roddick na semifinal de 2005. Tive que passar por várias partidas de quatro e cinco sets para conseguir a oportunidade de jogar, no domingo, a final deste torneio. Só a satisfação do que eu havia feito era incrível”, lembra Hewitt. Na ocasião, ele bateu o americano por 3/6, 7/6(3), 7/6(4) e 6/1 para alcançar a final. Na decisão, após vencer o primeiro set com um fácil 6/1, levou a virada do russo Marat Safin, que havia batido Roger Federer, à época em seu auge, numa semifinal épica.
Por falar em Federer, ele foi lembrado por Hewitt como maior rival de sua carreira. “Roger, sem dúvidas. Crescemos com a mesma idade, juntos. Tínhamos uma conexão entre seu treinador à época, Peter Carter, e meu primeiro treinador, Darren Cahill. Muitas das partidas épicas da minha carreira foram contra Federer”.
O ex número um do mundo suíço também destacou a importância de Hewitt em sua carreira. “Ele e Roddick foram meus primeiros rivais. Mas com Lleyton era diferente”, comentou Federer. “Ele [Hewitt] tirava muitas vezes o melhor de mim. Tive que virar nosso confronto direto, enquanto com Roddick sempre fiquei com a melhor parte”.
A lenda suíça terminou rasgando elogios ao australiano. “Também gostava muito de jogar com Ferrero e Safin, mas Lleyton era algo especial, não há dúvida disso. Ele me fez entender meu jogo e fez de mim um jogador melhor, definitivamente. Aproveitei muito nossas batalhas e desejo a ele o melhor aqui”.