Logo após vencer o francês Gael Monfils pela 20ª vez na carreira, o sérvio Novak Djokovic, sétimo da ATP, conversou com os jornalistas em Brisbane, na Austrália, e foi questionado sobre o uso das estatísticas no tênis em detrimento ao 'instinto'.
"Depende muito de cada pessoa. Fazemos parte de um esporte individual, cada um de nós é diferente e se prepara de uma maneira diferente para cada partida. Alguns preferem receber pouca informação e seguir seu instinto, seus automatismos, sentindo o rival em quadra; Outros preferem mergulhar nos detalhes", iniciou ele.
"Eu faço parte do segundo grupo. Adoro estatística, especialmente as de análise de vídeo. Sou uma pessoa muito visual. Gosto de identificar os padrões de jogo do meu próximo oponente. Investi muito tempo e dinheiro nisso ao longo da minha carreira, junto com os membros da minha equipe", esclareceu o dono de 24 títulos do Grand Slam.
"O segredo disso tudo é ver como você transfere isso para o seu tênis na quadra, não é? Todos podem ver e ler estatísticas, mas como implementá-las para que funcionem de forma eficiente? Uma vez dentro do torneio, gosto de manter as coisas em um nível conceitual, para que eu saiba precisamente o que devo fazer ou o que meu oponente vai fazer", seguiu explicando.
Para o sérvio existem dois momentos distintos para observar estatísticas e rivais: "Claro, eu gosto que seja um pouco mais simples em comparação às semanas que antecedem as competições, quando gosto de desconstruir meu jogo, o jogo dos meus rivais e procurar as sutilezas que me ajudam a ser melhor".
Novak Djokovic contou que sempre foi um interessado neste aspecto do esporte e que quando ainda era uma criança aprendendo a jogar tênis, sua "mãe no tênis" que foi sua primeira treinadora na vida, o ensinou a observar o esporte, seja através da apreciação de música clássica, seja pela análise de vídeo.
Nole confessou que na época não entendia bem o que ela queria mostrar, mas fez porque era o necessário.
"Sempre fui uma pessoa muito analítica, algo que também acredito que me permitiu permanecer em um alto nível por muito tempo. Estou sempre procurando melhorar meu jogo. A maioria dos jogadores de tênis de elite tem a aspiração de ser o melhor, então eles fazem isso. Eles têm equipes de ótimas pessoas, e é algo que eu nunca havia notado. Sempre tentei investir na tecnologia e na equipe que me permitem ser melhor", finalizou.