Por Fabrizio Gallas - Gostaria de estar escrevendo só sobre a baita atuação de Bia Haddad Maia, sobretudo a partir do quinto game até o final da partida. Crédito: Andrew Ong/USTA
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Uma grande recuperação após um início ruim com nove erros não-forçados nos três primeiros games. A quebra de mais um tabu, desde 1968 sem uma brasileira nas oitavas de final do US Open (Maria Esther Bueno foi semifinalista naquela edição). A primeira quarta rodada da brasileira em um Grand Slam na temporada. mostrando que seu tênis está de volta.
Gostaria só de falar isso e na felicidade pelo resgate da brasileira.
Mas o sentimento é de certa tristeza com a atitude dela naquele ponto polêmico do 2 a 0 do primeiro set. Com o telão mostrando de forma clara o quique na quadra da brasileira, a arbitragem cometendo mais um erro grotesco, Bia poderia, no mínimo, ter se acusado, oferecido o ponto a oponente, mas não, foi lá ver o que estava acontecendo, virou de costas e seguiu o baile.
Não diria que aquele ponto teria mudado o jogo, estava muito no começo, mas certamente pode ter pesado em algo. A brasileira jogava mal e seria um novo break-point para Kalinskaya com a oportunidade de abrir 3 a 0 e saque. Bia confirmou a seguir e Kalinskaya só jogou bem no game seguinte, apagando totalmente no restante da partida.
O caso vem repercutindo de forma nada positiva lá fora, tanto o erro da árbitra quanto a atitude de Bia. Arrisco dizer que é pior que o caso de Jack Draper em Cincinnati onde não havia nem o VAR no momento. Rennae Stubbs, ex-número 1 nas duplas, multicampeã de Grand Slam, comentarista da ESPN, criticou a atitude da brasileira.
Bia Haddad teve o telão grandão para poder analisar, mas virou de costas e se calou. Teve uma oportunidade de mostrar um fair play que é bem característico do tênis. Mas não o fez. Perdeu a oportunidade.
A atitude de Bia Haddad foi típica de um jogador de futebol. Aquele lance onde bate claramente na mão e o jogador não se acusa e passa batido pela arbitragem, algo muito comum no esporte. E o baile segue. Mas o tênis não é assim, tênis é fair play.
Bia Haddad é uma referência para o tênis brasileiro e costuma pedir atenção principalmente para as mulheres. Qual o exemplo que ela deu com esse lance pra tanta gente que a assiste e torce pela televisão ? E o exemplo para os mais jovens ? Nada bom, não é ?
As primeiras entrevistas pós-jogo não entraram na questão, então infelizmente ainda não sabemos o posicionamento dela e do porquê teve aquela atitude.
Todos nós somos humanos, temos o direito de errar. Ninguém é de ferro. Foi uma marca ruim na carreira dela. Espero que mude caso tenha algo semelhante no futuro.
Curtinhas:
Essa atitude da brasileira pode repercutir mal para ela principalmente dentro vestiário. Com o respeito das oponentes. O cumprimento dela com Kalinskaya na rede mostrou tudo. Muito seco e frio.