Carlos Alcaraz, número dois do mundo, se mostrou triste com a derrota nesta quarta-feira no Australian Open para o alemão Alexander Zverev, sexto do mundo, e ainda não encontrou explicações para o resultado.
Ele perdeu por 3 sets a 1 com parciais de 6/1 6/3 6/7 (7/2) 6/4 após pouco mais de três horas: "Não sei o que dizer. Eu não sei o que aconteceu. O que eu disse, tenho que ver o que aconteceu e conversar com minha equipe, porque estou no calor agora (da derrota) e não sei que conclusões tirar. Certamente eles me dirão as coisas como elas são e a partir daí melhoraremos. Tenho certeza que no futuro vou melhorar, com certeza, porque se quiser ganhar mais Grand Slams tenho que melhorar esse tipo de coisa. Se isso acontece comigo, é muito complicado contra esse tipo de jogador voltar na partida", disse o número dois do mundo.
Alcaraz elogiou a atuação do rival que o derrotou pela quinta vez em oito partidas: "Sascha fez um ótimo jogo. Começou como deveria ter começado e como pensei que iria acontecer, agressivo no saque. Eu não sei o que aconteceu. Eu adoraria dizer isso, mas não tive um bom pressentimento desde o início. Cometi erros que não vinha cometendo no início dos outros jogos. O saque tem sido ruim, nem percentagens nem direções... Contra jogadores deste nível é difícil voltar. Vou tentar assistir ao jogo e conversar com o Samu e o Juanki (Juan Carlos Ferrero), que assistiram ao jogo e ver o que aconteceu, mas no momento não posso dizer o que pode ter acontecido no início do jogo."
O campeão de Wimbledon comentou suas sensações ao longo da partida: "Tentámos manter-nos fortes e tentar captar as sensações. Não devemos tirar o crédito do Sascha, ele fez um jogo muito completo. Se ele tivesse me deixado alguma coisa, eu teria entrado no jogo antes, mas ele não me deixou. Uma das coisas que tenho em mente é que, neste tipo de situações, tenho que tentar ser forte e ter boas sensações, mesmo que esteja a perder e o meu jogo não esteja a funcionar. No final do terceiro set encontrei-os por milagre e aos poucos fui melhorando, mas não tiro o crédito dele porque hoje ele foi o melhor."
Para Carlitos, a ausência de Ferrero, que ficou na Espanha após passar por uma cirurgia, não o afetou: "Isso não me afetou em nada. Eu vinha jogando um tênis muito bom sem ele e aqui tenho o Samu que também é um treinador muito bom e confio 100% nele."
O espanhol fez uma avaliação geral de sua melhor campanha no torneio australiano: "Foi bom chegar às quartas de final. Estou triste com o meu nível hoje, estava sacando bem e com muita confiança. Saio feliz do torneio, esquecendo de hoje, mas no geral acho que foi um bom torneio com ótimos jogos. Ganhar partidas em um Slam não é ruim. Não é o que eu procurava, mas é uma boa rodada. Com o nível que jogava antes desta partida, é uma pena que tenha feito um jogo como o de hoje, mas o ténis é isso."
Sobre o que necessita melhorar, ele apontou: "Nada é perfeito. Todo mundo sempre tem algo a melhorar. Não vou dar desculpas pela minha idade, mas tenho 20 anos. É algo que tenho que melhorar e pessoalmente acho normal que isso aconteça comigo. O bom é que sabemos, que isso acontece comigo e temos que trabalhar para que aconteça menos ou não aconteça. Se voltarmos mais atrás, isso aconteceu comigo com mais frequência, mas agora com menos frequência. Não me importo. Eu sei que é algo que vou mudar e dar a volta por cima. Eu sei que se isso acontecer comigo, voltarei e darei a volta por cima. Você verá uma mudança."
Ele projetou se há alguém capaz de parar Novak Djokovic, que vem de 33 vitórias e busca o 11º título no torneio. Nole encara Jannik Sinner na semifinal: "Os jogadores que estão nas semifinais têm nível para vencê-lo. Vamos ver. Não é fácil vencê-lo num torneio como este, que é muito mais difícil que outro. Sinner tem jogado um tênis incrível, ainda não perdeu nenhum set e tem capacidade de vencer Novak. Vou assistir ao jogo."