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Nagal desabafa: 'Não tenho boa vida, tenho R$ 4 mil na conta'

Quarta, 20 de setembro 2023 às 22:00:50 AMT

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Tênis Profissional

O tenista número 1 da Índia e 159º do mundo, Sumit Nagal, fez um desabafo em entrevista à imprensa de seu país a respeito a inviabilidade econômica de se competir no circuito profissional, em especial fora do top 100 e a falta de apoio em casa.



"Se eu olhar meu saldo bancário, tenho o que tinha no início do ano, 900 euros (cerca de $ 4.674,00). Recebi um pouco de ajuda, o Sr. Prashant Sutar está me ajudando com a Fundação MAHA Tennis (que apoia financeiramente talentos do país) e recebo um salário da IOCL (empresa de gás e petróleo do país), mas não tenho nenhum patocinador grande", contou o tenista que é mais um na lista de muitos nomes do esporte indiano sustentado pela empresa de combustiveis fósseis e que conta com parceria para material com a Yonex (raquetes) e Asics (roupas e tênis).

Nagal treina na Alemanha, na academia de seu treinador Sascha Nensel, tanto em razão da estrutura quanto para estar em uma posição em que terá acesso mais fácil a viagens com menor descolamento em razão do calendário. Os custos disso são altos e entre janeiro e março, Nagal precisou de apoio doo compatriota Somdev Devarrman e o alemão Christophe Marcuis paa ter onde ficar Alemanha. Neste período, Nagal conversou com o treinador e seu preparador físico e aprendeu ainda mais "truques" para poder economizar dinheiro no circuito.

"Estou investido tudo que estou ganhando. O custo anual no circuito, da forma como estou levando, é de 80 mil rúpias indianas (cerca de $ 46 mil). Tudo o que eu ganhei re-investi. Sinto que não tenho apoio, apesar de ser o número 1 da Índia nos últimos anos. Sou o único jogador a se classificar para o Grand Slam (em simples), o único a vencer partida de tênis nos Jogos Olímpicos nos últimos anos e ainda assim o governo não adicionou meu nome ao TOPS [programa do governo indiano semelhante ao Bolsa Atleta do Brasil, que busca investir em carreiras de atletas com potencial de diversas modalidades, mas que não possuem apoio suficiente para manterem suas estruturas de treino, competição e ainda poderem viver do esporte]".

Nagal ainda destacou que a Índia é o segundo país mais populoso do mundo, com 1,4 milhões de habitantes.

Sumit Nagal diz que nunca conseguiu "faze uma poupança" ou mesmo projetar sua vida financeiramente após o tênis. Filho de professores, ele desabafa: ""Não tenho nada na poupança. Estou apenas empatando. Não posso dizer que vivo uma vida muito boa ou onde digo que não preciso trabalhar. Não ganhei nada nos últimos dois anos, mas pelo menos não estou em uma situação negativa (devendo) ou mesmo que eu não conseguisse viajar só", pontuou o tenista que sempre escolhe entre viajar com o treinador ou o preparador físico.

Nagal reclama que não ter vencido nenhum torneio, faz com que ele esteja "empatando" dinheiro, num circuito que paga aos derrotados uma média dos custos que demanda para competir.

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