Por Ariane Ferreira - Neste 23 de agosto de 2023, a Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) completa 50 anos de sua instituição como principal organizadora do tênis masculino profissional e por consequência a instituição do ranking com os melhores profissionais do mundo.
Desde sua concepção, apenas 28 homens chegaram ao topo do ranking – posto almejado por toda e qualquer criança que sonha em se tornar profissional do esporte. Destes 28 números 1, apenas 18 fecharam uma temporada como o ‘melhor do ano’.
Estes líderes foram a 'Super Elite do Tênis' e são oriundos de 14 nações diferentes, com destaque para o único brasileiro a liderar o ranking, Gustavo Kuerten. Guga fechou a temporada 2000 como melhor do mundo e ficou liderança do ranking num total de 43 semanas entre 2000 e 2001, o que o torna o 13º mais longevo número 1.
A América do Sul teve ainda um outro número 1 do mundo, o chileno Marcelo Ríos, que liderou o tênis por seis semanas entre março e maio de 1998. O país que mais teve números 1 foram os Estados Unidos, com seis números 1 no total: Pete Sampra (286 semanas), Jimmy Connors (266), John McEnore (170), Andre Agassi (101), Jim Couier (58) e Andy Roddick (13).
O segundo país com o maior número de líderes do ranking é a Espanha com Rafael Nadal (209 semanas), Carlos Alcaraz (25), Juan Carlos Ferrero (8) e Carlos Moyá (2). Curiosamente, Ferrero e Moyá são treinadores respectivamente de Alcaraz de Nadal.
Um dos países mais tradicionais do tênis, a Austrália contou com três números 1, sendo Lleyton Hewitt o mais longevo deles com 80 semanas. A carreira de Hewitt foi impressionante no fim dos anos 1990 e início dos 2000, pois, conquistou seu primeiro ATP aos 16 anos – foi o primeiro adolescente com esse feito com quase uma década -, e teve, até então, a maior sequência como líder ininterrupto por 80 semanas. A Austrália ainda tem o líder por menos tempo da história, Patrick Rafter, que em julho de 1999 liderou o ranking por uma semana. Se junta ao hall John Newcombe líder por 8 semanas entre junho e agosto de 1974.
A Rússia também teve três números 1 do mundo: Daniil Medevdev com 16 semanas, Marat Safin, que disputou o posto com Guga no fim do ano 2000, por 9 semanas e Yevgeny Kafelnikov por 6 semanas. A Suécia também teve três líderes: Bjorn Borg com 109 semanas, Stefan Edberg com 72 e Mats Wilander com 20. Uma das nações inventoras do esporte, a Grã-Bretanha teve apenas um número 1, o escocês Andy Murray por 41 semanas. Outro país vinculado ao nascimento do esporte, a França nunca teve um número 1.
Para além do Chile e Grã-Bretanha, são países que tiveram um número 1 do mundo: a Áustria com Thomas Muster (por 6 semanas), Romênia que registrou o primeiro número 1 de todos na controversa figura de Ilie Nastase (por 40 semanas), a Alemanha de Boris Becker e suas 12 semanas entre janeiro e abril de 1992, a extinta Checoslováquia na figura do tcheco Ivan Lendl (líder por 270 semanas), a Suíça com Roger Federer líder por 310 semanas e a Sérvia com Novak Djokovic e suas impressionantes 388 semanas.
Destes 28 líderes apenas um não venceu um dos torneios do Grand Slam, foi o caso do chileno Marcelo Ríos, que chegou a disputar a final do Australian Open 1998. Ao todo, os demais 27 números 1 ergueram juntos 174 troféus do Grand Slam, o que representa que apenas 26 dos Slams disputados em todos estes anos foram vencidos por não-número 1.
Ao todo, os líderes do ranking venceram 3.895 títulos em nível ATP
Destes nomes finalizaram o ano como número 1 do mundo ao menos uma vez: Djokovic, Federer, Sampras, Connors, Nadal, Lendl, Borg, Edberg, McEnroe, Agassi, Courier, Hewitt, Guga, Murray, Nastase, Wilander, Roddick e Alcaraz.
Djokovic é quem finalizou o ano mais vezes como número 1, sete oportunidades, e está seguido de Sampras com seis temporadas, Federer, Nadal e Connors com cinco temporadas,; McEnroe e Lendl com quatro; Borg, Edbeg e Hewitt com duas e os demais em uma temporada.
O mais jovem número 1 do mundo foi Carlos Alcaraz, alcançando o posto aos 19 anos e 4 meses. Enquanto Federer, aos 36 anos e 10 meses, foi o mais velho ao chegar ao posto de número 1.
Confira as conquistas da 'Super Elite do Tênis':
Tenista | Semanas como Nº1 | Títulos do Grand Slam | Títulos ATP |
Novak Djokovic (SRB) | 388 | 23 | 95 |
Roger Federer (SUI) |
310 | 20 | 103 |
Pete Sampras (EUA) |
286 | 14 | 64 |
Ivan Lendl (CZE) | 270 | 8 | 94 |
Jimmy Connors (EUA) | 266 | 8 | 109 |
Rafael Nadal (ESP) | 209 | 22 | 92 |
John McEnroe (EUA) | 170 | 7 | 77 |
Bjorn Borg | 109 | 11 | 66 |
Lleyton Hewitt (AUS) | 80 | 2 | 30 |
Stefan Edberg (SUE) | 72 | 6 | 41 |
Andre Agassi (EUA) | 101 | 8 | 60 |
Jim Courier (EUA) | 58 | 4 | 23 |
Gustavo Kuerten (BRA) | 43 | 3 | 20 |
Andy Murray (GRB) | 41 | 3 | 46 |
Ilie Nastase (ROM) | 40 | 2 | 64 |
Carlos Alcaraz (ESP) | 25 | 2 | 12 |
Mats Wilander (SUE) | 20 | 7 | 33 |
Daniil Medvedev (RUS) | 16 | 1 | 20 |
Andy Roddick (EUA) | 13 | 1 | 32 |
Boris Becker (ALE) | 12 | 6 | 49 |
Marat Safin (RUS) | 9 | 2 | 15 |
John Newcombe (AUS) | 8 | 7 | 41 |
Juan Carlos Ferrero (ESP) | 8 | 1 | 16 |
Thomas Muster (AUT) | 6 | 1 | 44 |
Marcelo Ríos (CHI) | 6 | 0 | 18 |
Yevgeny Kafelnikov (RUS) | 6 | 2 | 26 |
Carlos Moyá (ESP) | 2 | 1 | 20 |
Patrick Rafter (AUS) | 1 | 2 | 11 |