Em entrevista ao Tennis Talk, Toni Nadal comentou sobre seu sobrinho Rafael Nadal o qual treinou durante boa parte de sua carreira e comentou sobre como sente o ex-pupilo para o retorno.
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Sobre a volta, que foi adiada após o espanhol desistir de Monte Carlo, Toni disse: "É bom, mas não é fácil saber exatamente porque você tem que saber quando está competindo, porque não é a mesma coisa quando você treina", apontou.
Sobre a aposentadoria, ele comentou: "Não sei. Acho que ele vai jogar até achar que pode vencer. Mas depende de quão bom ele é, quão bem ele pode treinar e então veremos."
Toni fez um comentário interessante sobre o ano passado o jogo contra Taylor Fritz onde Rafa venceu pelas quartas de final com problemas na região do abdômen: "Se ele tivesse abandonado antes, talvez tivesse um Roland Garros a menos. Nunca se sabe. A verdade é que naquele jogo não conseguiu disputar o seguinte. Mas acho que ele estava jogando muito bem em Wimbledon. Ele venceu o Aberto da Austrália e esteve perto da semifinal em Wimbledon. Quando estás lá, o normal é jogar porque sabes que talvez, se te esforçares, tens hipóteses de ganhar Wimbledon. Então é normal que queira jogar."
Toni comentou das facilidades de Rafa no piso lento em comparação ao piso duro coberto por exemplo: "Ele não fez uma gira no piso coberto. Depois de Wimbledon, ele teve muitos problemas e não conseguiu treinar ou competir normalmente. É difícil jogar assim. Em Roland Garros ou no saibro é diferente porque, mesmo que você não esteja em plena forma, sabe que o Rafa pode se esforçar porque ele controla a força, a velocidade. Mas quando você joga na temporada indoor é muito difícil. Quando você joga no RG, Rafa tem talvez dois ou três jogos para assumir o controle, não em Turim. Se você jogar a primeira partida com Fritz, não é fácil. Talvez no terceiro você jogue melhor, com Ruud, mas seria tarde demais.
Rafa tem 36 anos, seu corpo não é como antes. Ele não precisa treinar muito, tem que competir. Nos últimos tempos, ele consegue sua melhor forma competindo, não treinando”.
“Ele está acostumado a lutar sempre. Rafa sabe que, no tênis, como na vida, quase nunca as coisas são perfeitas. Você tem que estar disposto a trabalhar duro quando as coisas não estão indo tão bem. Jogar bem quando tudo vai bem não é fácil, mas não é tão complicado assim. O importante é jogar focado e dar o seu melhor quando tudo dá errado.
Toni fez uma reflexão de oportunidades perdidas na carreira de Nadal: "Perdemos a oportunidade em Wimbledon contra Djokovic em 2018. Perdemos a oportunidade mais importante na semifinal de Wimbledon, no Aberto da Austrália em 2014, 2012 e 2017. Em 2014 por causa de uma lesão contra Wawrinka, depois de nunca perder para ele. Em Roland Garros 2009 ele não ganhou o torneio pois tinha problemas no joelho, porque naquela época ele era o melhor”.
Toni vem colaborando com a carreira do canadense Felix Aliassime e relata objetivo dele ser o número 1: "Muito bem, embora não esteja jogando tão bem quanto nos últimos torneios. Ele tem alguns problemas em seu serviço. É muito importante para ele servir bem porque é a sua melhor arma. Ele é um bom menino, muito educado, sempre correto dentro e fora de quadra e é um bom lutador. Queremos ganhar alguns Grand Slams. Ele quer ser o número 1. Não é fácil porque tem o Alcaraz ou o Sinner que são muito bons, o Medvedev… Mas se ele trabalhar muito vai ter a oportunidade porque tem um bom caminho a melhorar”.
Toni destaca quais aspectos para Aliassime evolui: “O backhand e a tranquilidade quando as coisas estão difíceis. Às vezes perdemos a confiança. Para ser muito top tem que jogar bem quando as coisas não vão tão bem.
Quando ele me disse para colaborar, a primeira coisa que eu disse a ele foi que sim, eu poderia, mas não quando jogasse contra o Rafa. Não posso desejar que você ganhe e muito mais em Roland Garros. No último RG falei com ele antes. Não é a mesma coisa quando sou seu treinador e estou sempre com ele, mas colaboro. Eu sou o diretor da academia, trabalho aqui para o Rafa".