Novak Djokovic esbanjou confiança em entrevista coletiva neste sábado antes da estreia no ATP 500 de Dubai, nos Emirados Árabes, evento com premiação de US$ 2,8 milhões, que começa na segunda-feira.
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O sérvio estreia contra um qualifier e poder ter Andy Murray em uma eventual quartas de final e Daniil Medvedev numa semifinal no torneio. Ele ainda não perdeu nesta temporada onde venceu em Adelaide e o Australian Open.
"Muita coisa se juntou para explodir assim. Sempre sofri uma certa pressão, mas esse ano foi diferente por tudo que aconteceu em 2022. Muita atenção foi colocada em mim e por mais que eu tentasse me isolar, não foi fácil gerir. Depois veio a lesão uns dias antes da estreia. Sei lá, sinto que a vida está me testando e tudo acontece por uma razão. Os obstáculos vencidos tornaram esse título mais especial e me fez desabar emocionalmente quando abracei minha família", comentou.
Questionado por seus críticos mais ferrenhos e por todos aqueles céticos que duvidam que ele tenha se machucado, Djokovic tem uma mensagem clara. "Já tive o suficiente ao longo da minha carreira com esse assunto. Não tenho tempo, energia ou desejo de lutar contra isso ou provar qualquer coisa. Aceitei que sempre haverá um grupo de pessoas que não vai gostar de mim, que tem vontade de criticar absolutamente tudo o que eu faço. Aprendi a usar isso como combustível para ser mais forte e sua atitude só alimenta minha vontade de ser melhor", disse.
"O que sempre funcionou melhor para mim na minha carreira é manter um alto nível de confiança em mim mesmo. Sempre respeito meus adversários e valorizo o momento em que eles se encontram, mas acredito tanto em mim que sei que se eu estou preparado, sou o melhor. Não importa a superfície ou o adversário, sempre me acho o melhor. Não considero isso uma atitude arrogante, sinceramente, não vejo nada de errado nisso", alerta um homem que fala sobre longevidade na carreira.
"Tudo mudou muito no esporte, há 10 anos atrás quando você chegava aos 30, você já era velho para competições de alto nível. Agora vemos Lebron, Messi, Federer, Serena, Nadal, Brady, todos atuando ao máximo acima da idade de 35. Considero muito positivo porque pode ser inspirador para os mais novos ver que não há limites de tempo para a sua carreira. Presto a máxima atenção à alimentação, descanso, sono, treino muito mentalmente, controlo o meu ambiente, cada pequena coisa importante. Acho que cada vez mais atletas percebem isso e como fazê-lo bem pode prolongar muito uma carreira esportiva", disse ele.
"Sei que minha carreira está na reta final, mas acho que tenho a vantagem de ter aprendido muito com meus companheiros do Big 3. Observei como Federer administrou sua longa carreira e me inspirei em Nadal com sua atitude absurda. Nunca desista. Gostaria que as pessoas sempre se lembrassem de mim pela minha dedicação ao tênis e devoção a este esporte, por alguém que sempre buscou uma forma de evoluir, ser melhor a cada dia e se aprimorar", ele avisou.
Djokovic disse também que se motiva mais em enfrentar Rafael Nadal do que Carlos Alcaraz, com o qual irá disputar o número 1 semana que vem: "Neste momento, motiva-me mais enfrentar o Rafa do que o Carlos, por tudo o que está em jogo para nós e por tudo o que temos em comum. Acho que uma final de Grand Slam contra o Nadal seria algo incrível", admite Novak Djokovic, que faz uma confissão curiosa. "Ficaria satisfeito com minha carreira se Rafa e eu empatassemos em títulos de Grand Slam. Obviamente gostaria de ter mais do que meu maior rival, mas acho que quando chegar a hora de me aposentar, não terei do que me culpar. Mesmo que eu me aposente agora e ele ganhe mais 10 Grand Slams", diz o sérvio antes de mostrar sua extrema competitividade.
"Realmente, se isso acontecesse, poderia me machucar não ser o grande vencedor, mas nunca se sabe o quanto é suficiente", diz ele. “É preciso manter um equilíbrio mental entre ambição extrema e entusiasmo para continuar ganhando e agarrar todas as oportunidades, mas também ter muito orgulho de tudo que já conquistei e ser humilde na hora de aceitar tudo que aparece em meu caminho. Acho que tenho uma luta interna sempre para combinar as duas formas de ser da melhor maneira possível", declara Novak.