Alexander Dolgopolov, ex-top 11 da ATP, concedeu uma entrevista ao jornal britânico The Independent para comentar a decisão de Wimbledon de banir tenistas russos e bielorrussos de sua próxima edição, como represália pela guerra na Ucrânia.
“Não importa se ele é um tenista ou apenas uma pessoa comum na Rússia. Se as pessoas puderem continuar vivendo suas vidas normais, será difícil mudar os planos de Putin. Todo mundo tem que sentir [o sacrifício] porque todo mundo na Ucrânia está sentindo. Nosso povo, nossos filhos, estão morrendo e você não pode simplesmente fechar os olhos e ficar em silêncio e fingir que nada está acontecendo", declara o ex-top 11.
Dolgopolov não está satisfeito com a postura da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP), que apoia a iniciativa 'Tênis Pela Paz', que tem arrecado dinheiro para auxiliar os refugiados, e também cancelou alguns eventos como o Challenger de Moscou, o ATP da capital russa e o ATP de São Petersburgo. "Todos têm que tentar fazer o seu papel para ajudar e a ATP deve ter uma postura mais forte como muitos outros esportes. A magnitude do que está acontecendo aqui não é [refletida] por suas ações. Suas ações são mais fracas”, disparou.
“Wimbledon não vai parar a guerra, é apenas mais um sinal do mundo condenando Putin”, diz ele concordando com a decisão do torneio. “Quanto mais desses sinais, se é tênis ou se é a FIFA bloqueando o futebol, isso mostra às pessoas que a Rússia está fazendo algo errado”, segue ele que até consegue compreender cidadãos russos não conseguem perceber exatamente o que acontece na Ucrânia.
"Entendo por que tantas pessoas caem nessa porque a forma como transformam as informações é inacreditável”, diz ele a respeito da forma como a narrativa do conflito tem sido contada na mídia russa, pelo governo do inimigo e até em canais de Telegram.