Por Ariane Ferreira - A australiana Ashleigh Barty, número 1, chega à grande final do Australian Open com um favoritismo ainda maior diante da surpreendente americana Danielle Collins, 30ª. Favoritismo que vai além do ranking e do apoio da torcida local.
Jogando sua terceira final de Grand Slam na carreira, Barty entrará na Rod Laver Arena com a confiança de quem nunca perdeu uma final de torneio nessa categoria e acumula Wimbledon 2021 e Roland Garros 2019.
Collins, por sua vez, fará sua estreia em finais de torneio do Grand Slam, aos 28 anos, tendo iniciado sua carreira no circuito profissional acima dos 21 anos, após conseguir terminar a universidade, onde jogava, e tendo superado recentemente diversos problemas de saúde em que em abril de 2021 precisou ser submetida a uma cirurgia para frear a endometriose em seu corpo e acabar com as dores.
Aos 25 anos, Barty é a número 1 do mundo por 112 semanas. A australiana desbancou a japonesa Naomi Osaka em junho de 2019 da liderança da WTA, em agosto daquele mesmo ano viu a japonesa voltar ao topo, mas reassumiu o número 1 em setembro daquele ano e não saiu mais. Parte deste período, 20 semanas entre março e agosto de 2020, foram de ranking congelado.
Já Collins, como 30ª, já alcança com a ida à final seu melhor ranking da carreira. A americana que tinha como melhor ranking 23ª alcançado em janeiro de 2019, fará sua estreia no top 10, mesmo se perder a final em Mebourne.
Em termos físicos, Barty chega bem mais descansada, tendo permanecido em quadra o tempo total de 6h06 nas seis primeiras partidas, Collins permaneceu em quadra por 10h30 somados todos os seus seis jogos.
As finalistas também são destaques nas estatísticas do torneio. Barty é a segunda maior conversora de aces (35 no total até a semi), Collins é a 4ª (24). A americana é a 2ª que mais cometeu duplas-faltas no torneio (28), Barty sequer aparece entre as 20 primeiras da estatística. Barty tem a maior taxa de conversão de pontos com seu primeiro saque (83%), Collins é a 5ª (76%). Ao vencer pontos no primeiro serviço da adversária, Collins é a 5ª (91 pontos conquistados) de uma lista liderada pela polonesa Iga Swiatek, Barty é a 6ª (86). Quando os dados são sobre número de breakpoints ganhos, a lista volta a ser liderada por Swiatek, que é seguida de Collins (27 quebras conquistadas) e Barty (26).
Barty chega a final sem perder sets e tendo sofrido no torneio inteiro duas quebras, ambas contra a americana Amanda Anisimova. Collins, por sua vez, precisou virar duas partidas (Tauson e Mertens).
As campanhas
Principal favorita, Barty estreou com uma vitória de menos de 1h contra a qualifier ucraniana Lesia Tsurenko (119ª da WTA) 6/0 6/1, na sequência a vida seguiu tranquila contra uma nova qualifier a italiana Lucia Bronzetti (142ª) 6/1 6/1; na 3ª rodada uma nova italiana, a 30ª favorita, Camila Giorgi (33ª) em 6/2 6/3;Nas 8ªs de final teve seu maior desafio, a americana Amanda Anisimova (60ª), que foi a única tenista a quebrar o saque de Barty no torneio, vitória em 6/4 6/3; De Anisimova em diante, a australiana só enfrentou americanas, nas 4ªs, Jessica Pegula (21ª), 6/2 6/0; e nas semis Madison Keys (51ª) 6/1 6/3.
Collins por sua vez abriu o torneio contra a compatriota vindo do quali Caroline Dolehide (200ª) em 6/1 6/3; Na segunda rodada a adversária foi a croata Ana konjuh (53ª) e placar de 6/4 6/3; Na terceira rodada, Collins conseguiu uma virada heroica contra a jovem promessa dinamarquesa Clara Tauson (39ª) em 4/6 6/4 7/5; Nas 8ªs uma nova virada para Collins diante da belga Elise Mertens (26ª) em 4/6 6/4 6/4; Nas 4ªs a vitória foi um pouco mais tranquila sobre a francesa Alizé Cornet (61ª) em 7/5 6/1; e na semis seu duelo mais tranquilo, a vitória sobre a polonesa Iga Swiatek (9ª) em 6/4 6/1.