Por Gustavo Loio - Antes do início da pandemia, referindo-me ao Aberto da Austrália de 2020, jamais imaginaríamos que o primeiro Grand Slam de 2022 seria precedido por tamanha polêmica quanto a participação ou não do sérvio Novak Djokovic em Melbourne.
Primeiro, havia a dúvida sobre a ida dele ao principal torneio neste início de temporada, já que não se vacinou contra Covid-19. Depois, uma exceção médica o liberaria para jogar o Aberto da Austrália. Aí veio o primeiro cancelamento do visto de entrada no país. O número 1 do mundo recorreu, mas teve, novamente, o visto cancelado. E Nole segue tentando o último recurso, às vésperas do início do torneio.
Vale lembrar que o número 1 do mundo é um sobrevivente da guerra na Sérvia e já fez inúmeras ações sociais ao redor do mundo. A fundação que leva o seu nome, por exemplo, já ajudou mais de 47 mil crianças e mais de 7.500 famílias, além de ter construído 47 escolas, desde o lançamento, em novembro de 2007.
Mas, voltando aos dias atuais, uma série de perguntas segue sem resposta.
Entre elas:
Será que está valendo a pena tanta queda de braço para a disputa de um Slam, por mais que seja a nova chance de o sérvio bater o recorde de títulos? Será que está valendo a pena o tamanho desgaste entre representantes dos governos da Sérvia e da Austrália? Será que a imagem do sérvio já não está arranhada, independente do desfecho desta novela? Como Nole terá toda a chance do mundo de bater o recorde de Slam, ainda que não dispute a Austrália neste ano, está valendo a pena tudo o que ele está protagonizando? Será que em respeito às milhões de vítimas da pandemia em todo o planeta não valeria a pena se vacinar e ser um exemplo, principalmente pelo enorme jogador que ele é? Como será que está a imagem dele diante de patrocinadores e fãs, após esta novela? Como ficará o clima entre os demais jogadores e o sérvio, quando ele voltar a jogar? E como será recebido pelo público?
E pensar que tudo isso seria evitado se o sérvio tivesse, simplesmente, tomado a vacina.
Sobre Gustavo Loio
Jornalista formado em 1999 e pós-graduado em Assessoria de Comunicação, já trabalhou com Gustavo Kuerten. E, também, nas redações da Infoglobo (O Globo, Extra e Época), do Diário Lance! e do Jornal O Dia, além do site oficial do Pan de 2007, no Rio.
Como a enorme maioria ao redor do mundo fez.