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Brasileiros passam perrengue no torneio de Kazan no Beach Tennis

Quarta, 21 de julho 2021 às 19:34:30 AMT

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Tênis Profissional

Por Ariane Ferreira e Fabrizio Gallas - Daniel Canellas, beach tenista brasileiro 68º do ranking mundial, relatou perrengues que os profissionais receberam dos organizadores do torneio BT 400 de Kazan, na Rússia, na chegada e no primeiro dia.



Viajando em grupo, as duplas dos brasileiros viveram um grande perrengue na cidade que é a capital do estado do Tartaristão, é a sexta maior da Rússia e abriga o maior centro de treinamento de tênis e suas modalidades no país. O torneio começa nesta sexta-feira, dia 23, e vai até o domingo, 25.

“A gente veio aqui para Kazan (Rússia) e teve um perregue, normal a gente passa perrengue, mas é preciso falar para as pessoas saberem o descaso que existem com o Beach Tennis”, inicia Canellas: “A ITF meio que larga o Beach Tennis. Ela deixa a gente de lado, o que não acontece na questão do tênis”, define.  

Contando sobre a situação dos brasileiros, Canellas detalha: “A gente pegou um voo aí de 12 horas, paramos na Turquia, daí mais 3h30 até Kazan, chegamos 1h da manhã, com toda a trupe brasileira, todo mundo veio no mesmo voo e não tinha uma alma bondosa, alguém do torneio, da organização com uma van pra buscar a gente. Não tinha ninguém para guiar a gente. Não tinha casa de câmbio para trocar dólar. Então, a gente acabou tendo que pegar um táxi. A gente pegou um táxi socado (cheio), um Sandero, a gente encheu de mala e foi para lá... tinha de baixar aplicativo para pagar porque a gente não tinha dinheiro...”, relata.

“Aí chegou lá, o cara tinha entendido que a gente chegar à 1 da tarde, então, não tinha hotel ou alojamento reservado.  Daí a gente teve que pegar um hotel de última hora. Ninguém fala inglês aqui, nem no aeroporto, então foi muito difícil se comunicar, muito difícil de pessoas entenderem. O pessoal não faz muita questão de ajudar”, segue.

“Chegou no outro dia, a gente foi treinar e não tinha quadra. A gente teve que alugar quadra. Então, fomos lá com dois top 10, eu top 100 e a gente teve que alugar, pagar, porque não tinha quadra para o atleta. E a gente teve que comprar bolinha, porque não tinha bolinha para atleta e ainda é bolinha Babolat que não tá nem a logo da ITF”, desabafa.

“A gente fez o PCR para viajar, natural. Mas chegando aqui, tivemos de ter que fazer um outro PCR porque já passou 72 horas e tudo por nossa conta. A ITF não tem ninguém não tem ninguém para falar com a gente inglês. Hoje, está o pessoal da organização lá. O máximo que eles fizeram foi agendar o PCR para a gente, mas a gente pagou tudo. Aqui ninguém vem na gente ninguém para perguntar está tudo certo”, segue descontente.

“A gente tem de fazer outro PCR pra ir embora e tudo isso com premiações baixas e isso sem contar várias coisas de ter fazem aqui pessoal. A questão é que esses “perrengues” todos só existem porque a ITF não dá um respaldo pro atleta. Você vem com os caras que são 6 e 7 do mundo e nem mesmo assim os caras têm um tratamento especial do tipo ‘vou procurar ajudar vocês, vai ter alguém pra ser tradutor’, essas coisas”, pontua. 

Canellas ressalta que “nada foi prometido” pela ITF, mas faz um parâmetro entre os gastos a mais que os profissionais tiveram e a arrecadação mínima do torneio através da cobrança de inscrição: “Cada dupla tá pagando 150 dólares de inscrição (mais de R$ 750). São 32 duplas masculinas, 32 duplas femininas. Vou fazer uma conta básica dá 6 mil dólares. É muito dinheiro pra gente não ter uma vanzinha pra buscar a gente, alugar quadra, comprar bolinha. Eu entendo que não está nada prometido pela ITF, mas nós somos atletas profissionais e a gente fica largado”, reclama.

O brasileiro ainda fez questão de ressaltar: “Se a gente organiza um torneio no Brasil e vem o Nikita Burmakin, que é russo, a gente vai arrumar um tradutor pra ajudar o cara. Aqui, se você pergunta as coisas na organização, eles te indicam. Eles não perguntam se precisa de ajuda ou de um tradutor”.

Sobre os custos dos brasileiros para irem à competição, Canellas abriu o jogo: “Foram cerca de R$ 7 mil de passagem. Hotel a gente pegou um dormitório, sem café da manhã e nem nada, e saiu mais barato, deu uns R$ 600. Mais os PCRs. Ainda bem que coisas tipo, táxi, aqui não é caro, mas comida está caro também. No fim, vai dar uns R$ 11 mil de despesas e se você pegar uma final, a dupla campeã vai levar US$ 8 mil, lembrando que primeira e segunda rodada você não ganha nada, porque a premiação só a partir das quartas”.

 

 

 

 

 

 

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