Goran Ivanisevic fez sua história no tênis e, por isso, foi escolhido para fazer parte do Hall da Fama da modalidade o qual entrou neste sábado em Newport, nos EUA. Um dos momentos mais marcantes de sua carreira foi o título de Wimbledon, em 2001, entrando na chave como convidado.
“Somos um país pequeno com um coração enorme. Nunca paramos de acreditar. Tive muitos altos e baixos e nunca parei de acreditar ”, disse Ivanisevic, que venceu 22 títulos na carreira. “Pela primeira vez na minha vida, posso dizer que estou orgulhoso de mim mesmo.”
“Não foi fácil ser meu fã. Foi frustrante, foi triste, provavelmente muita gente se divorciou por minha causa ”, disse Ivanisevic. “Mas uma coisa é certa: foi divertido ser meu fã.”
Após sofrer com lesões, o croata caiu para 125 do mundo na época do Grand Slam londrino e, com isso, precisou do WC para jogar. Em uma campanha fantástica, chegou ao título inédito de Major, batendo Patrick Rafter na final, em cinco sets: 6/3, 3/6, 6/3, 2/6 e 9/7.
Em Newport para participar da cerimônia de indução ao Hall da Fama, Ivanisevic relembrou a conquista na grama sagrada.
"Quando você é 125 do mundo e entra em um torneio assim, não cria grandes expectativas. Mas, no fim de semana anterior ao início, me senti muito bem nos treinos. Meu parceiro, Nenad Zimonjic, também achou que meu saque estava entrando bem. Começamos a brincar que, talvez, eu pudesse ganhar algumas rodadas", contou, ao Tennis.com.
A campanha do croata em Wimbledon foi chamando a atenção. Uma das formas que ele encontrou para diminuir a pressão foi criar a história de que existiam três Gorans: o bom, o mau e o emergencial. A brincadeira fazia a alegria de todos que ouviam durante o torneio.
"Espero que, hoje, eu não seja o mesmo cara de 20 anos atrás. Mas, na época, foi esperto criar aquela história, era algo que me relaxava e me permitia seguir em frente. Eu estava insatisfeito comigo mesmo, esta criação (três Gorans) fez eu me animar", relatou.
Atualmente, Ivanisevic trabalha na equipe de Novak Djokovic, número 1 do mundo e campeão dos três Slams em 2021. A missão de treinar um multicampeão parece fácil, mas não é bem assim, pelo menos para o croata.
"Para ser sincero, é bastante desgastante. Acham que é fácil, mas se eu te passar as funções por uma semana você vai querer me devolver na hora. É ótimo trabalhar com um cara deste nível, como jogador e atleta, mas exige muito também", destacou.
Ivanisevic participará da cerimônia do Hall da Fama neste sábado (17), mas, na verdade, sua indicação, assim como a da espanhola Conchita Martinez, foi feita em 2020. Porém, por conta da pandemia, não houve o evento. Agora, em uma única sessão, serão homenageadas as classes de 2020 e 2021.