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Guga lembra 'título insano' da Masters Cup e chegada ao topo

Quinta, 03 de dezembro 2020 às 08:10:00 AMT

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Tênis Profissional

Por Fabrizio Gallas - Quinta-feira, 3 de dezembro de 2020. Há exatos 20 anos, Gustavo Kuerten conquistava o título da Masters Cup, em Lisboa, o que hoje é o ATP World Finals e alcançava pela primeira vez o número 1 do mundo, no dia seguinte.



Em entrevista coletiva via zoom, Guga lembrou dos momentos daquele torneio em que derrotou duas lendas do tênis, Pete Sampras, na semifinal, e Andre Agassi na decisão. Sampras era o maior ganhador de Grand Slams com 13 conquistas e seis temporadas finalizadas no topo, recorde alcançado por Novak Djokovic este ano. Era o bicho-papão em torneios no piso duro e coberto. Já Agassi tinha derrotado Kuerten na primeira rodada no torneio.
Guga saiu com dores nas costas e teve que usar proteção ao longo de toda a conquista. Ele relatou que todo o torneio a partir daí foi uma superação e insanidade. Ele derrotou Magnus Norman, Yevgeny Kafelnikov em dois sets, se classificou para a semifinal, derrotou Sampras de virada e Andre Agassi em sets diretos com um triplo 6/4.
"Tinha que ser agressivo, era a única alternativa com as dores nas costas. Falava com o Larri e ele me dizia, ponto definido em três bolas. Contra o Norman naturalmente eu era mais agressivo, agora contra o Kafelnikov foi uma surpresa pra ele, acabou o primeiro set em 30 minutos ele ficou surpreso," lembrou Guga que comentou sobre a semi contra Sampras onde destacou o ponto decisivo do torneio ao salvar um break-point para o americano no 5/4 no terceiro set com ponto na rede, uma das cenas mais vistas do torneio em sua vibração.
"Ponto decisivo do campeonato e do número 1 aquele breakpoint do Sampras no 5/4 pra mim", comentou: "Na semifinal perdi o primeiro set por 7/6 contra o Sampras, batalha enorme. Sentei e sabia que ganharia, mesmo contra o pior adversário que tinha, melhor de todos os tempos na época. A insanidade que foi aquele torneio, sair do fundo do poço na estreia contra o Agassi para reerguer. Eu tinha convicção plena que ganharia do Sampras mesmo abaixo. As bolas todas estavam dentro do esquema do jogo. Conseguimos viabilizar essa insanidade, doidera".
A final, para Kuerten, foi o jogo mais perfeito de sua vida: "Final partida mais perfeita da minha vida. Sereno do início ao fim. Esquerda paralela por fora, subia pra rede, ace, ace. Estado sublime de excelência. Espetacular. Difícil quando olhamos hoje para trás parece inacreditável. Façanhas que pareciam impossíveis. Presente divino. Foi tudo muito orgânico, bastante natural."
Sobre a chegada ao topo, Guga lembrou que ao longo da segunda metade do ano a chance era bem real e todos nos bastidores consideravam que chegaria lá. Daí que vieram os problemas. No US Open ele perdeu de Wayne Arthurs na estreia com Brad Gilbert, técnico de Agassi, o 'secando' na arquibancada e após a estreia com derrota com dores passou a ser desconsiderado. Só poderia chegar ao topo com título sem derrotas e ainda teria que torcer para Marat Safin, então líder, cair até a semi, o que acabou ocorrendo.
"Eu fiquei sendo considerado não só por mim e pelos outros que eu seria número 1 do mundo, para eles eu seria o número 1, mas isso não dá a resposta , não vira a realidade e para chegar ao número 1 vai ter que arrancar o cara de lá. Na hora de fazer eu me lambuzei todo, fiz erros (em outros torneios) e ali em Lisboa ninguém acreditava ainda mais depois do primeiro jogo. Mas nos transformamos quando paramos de dar importância. Pessoal falava olha esse bicho não volta mais pra quadra. Safin teve mesma situação que eu. Quando ele teve a chance na final do grupo e depois semi com o Agassi e fez somente oito games em dois jogos".

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