Meligeni critica 'Bolsa Atleta' para brasileiros melhores colocados no ranking

O ex-top 25 da ATP, Fernando Meligeni, é o entrevistado do podcast Rumo ao Pódio e falou, dentre outras coisas a respeito do programa 'Bolsa Atleta' da Secretaria Especial dos Esportes do Ministério da Cidadania, que não deveria atender grandes nomes.

Meligeni entrou no tema do Bolsa Atleta, que também é chamado de Bolsa Pódio informalmente, ao ser perguntado sobre o legado não utilizado de Gustavo Kuerten número 1 do mundo.

"O Brasil vive de gênios pontuais. Gênios tipo um Robert Scheidt, de um Emmanuel que venceu tudo no vôlei de praia, do Torben Grael.. seja qual for o cara que você queira, de qualquer modalidade você acha um cara absurdo. Daqueles que você fala 'Não acredito!'. Isso dos esportes mais ricos e dos esportes mais pobres", iniciou ele que ficou em quarto lugar nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996.

"Eu acho que o que aconteceu com o Guga é a grande verdade. A gente não pode pensar em ter muitos jogadores de qualquer esporte, se a gente não tiver uma plataforma. Se a gente não tiver uma maneira clara de fazer esporte no Brasil. Ele serve pra quê? Eu sempre briguei sobre isso. Eu não sou a favor de dar zilhões aos que estão na 'Bolsa Pódio' que estão falando", seguiu ele que encerrou a carreira com o ouro nos Jogos Panamericanos de Sant Domingo em 2003.

"Pra mim, com todo o respeito, os atletas podem me bater, podem ficar bravo comigo... tirando 20%, 10% dos atletas, é dinheiro pra guardar, o que eu acho justíssimo porque a gente merece ganhar e juntar nosso dinheiro, mas não dinheiro do governo. A gente merece guardar dinheiro, mas guarda da Coca-Cola, guarda da... não vamos falar de todas as empresas, mas qualquer uma. Aí tudo bem, porque ela [a empresa] tá te patrocinado. Agora pegar o dinheiro do governo, que poderia ir para uma escola? Não. eu não acho que essa a maneira", desabafou.

O ex-semifinalista de Roland Garros ressaltou que não é nem de direita e nem de esquerda, e focou-se a falar de tênis: "Falando de tênis, eu acho que o Marcelo [Melo], o Bruno [Soares], o Thiago Monteiro, o [Thomaz] Bellucci, os caras não precisam de uma bolsa pódio. Você quer dar? Dá. Agora, a gente não mora na Suíça, né gente? Pra dar 30, 20, 50 mil reais por mês. É a minha opinião".

É possível ouvir o Rumo Ao Pódio na integra neste link e em todas as plataformas de podcast.