Em entrevista ao Behind the Racquet, Robin Soderling abriu seu coração e contou seus dramas vividos com a mononucleose e várias tentativas de retorno ao longo de três anos. Também destacou seus arrependimentos em só se focar no tênis e não desconectar.
Soderling foi o primeiro homem a derrotar Rafael Nadal em Roland Garros, nas oitavas de final em 2009. Perdeu a decisão para Roger Federer a seguir e sofreu o troco de Nadal caindo na final em 2010.
Apenas Novak Djokovic repetiu tal feito e o espanhhol soma duas derrotas em 15 participações em Paris (um ano desistiu dando WO).
"Me aposentar foi uma decisão extremamente difícil. Joguei minha última partida com apenas 27 anos. Ainda restavam muitos anos de tênis e vivia meu melhor momento da carreira quando tive a mononucleose. Me diagnosticaram que estaria estressado, cansado e esgotado. Apesar disso segui jogando, mas ficava doente todo momento pois meu sistema imunológico estava debilitado. Dentro da minha mente sabia que algo não estava bem, Sinto que a combinação dos treinos com meu sitema imonológgico ruim me afetou. A mono foi o último que meu corpo poderia suportar.
"Os médicos dizem que primeiro contraí em Indian Wells em 2011. Não estava mal em princípio, mas piorou muito no meu último torneio em Bastad. Não pude sair de casa por seis meses. Só depois de um ano comecei a me sentir melhor. Podia treinar um pouco, mas ao aumentar a intensidade os sintomas voltavam. Voltavam o cansaço, a febre. Tentei voltar por três anos distintos, mas não consegui. Foi muito frustrante. Paguei um pedágio em minha mente e aceitei que talvez nunca poderia voltar ao tênis.
Quando finalmente aceitei a decisão de parar foi difícil, mas um alívio. Já não tinha que lutar para voltar e viver essaincerteza. Foi então quando pude pensar como viveria minha vida de novo. Quando está muito doente te dá conta que sua saúde é o mais importante. É curioso pois durante toda minhha carreira o tênis é a única coisa que me importava. Naquele momento só queria ficar bem.
Tempo depois comecei a ver o tênis pela televisão e via os joadores contra o qual joava. Comecei a desejar estar em quadra de novo, competindo. Mentalmente foi o furo. Foram cinco anos para voltar a treinar da forma que queria. Depois de tanto tempo já sentia que tinhah passado muito tempo e também não tinha energia necessária.
Há momentos que culpo a mim mesmo nos que te desejaria poder dar um passo atrás e não tomar as coisas tão a sério. Vivia numa bolha onde tudo era tênis. Aggora vejo como só um esporte.
Meu problema foi não ter um botão aceso e apagado. Não poderia mudar minha mentalidade entre partidas, treinamentos e tempo fora da quadra. No tênis não existem tempos fora da temporada. É um esporte que não te permite desconectar, incluindo as férias onde precisa cuidar do corpo.
Olho para trás e desejaria ter pensado em algo a mais além do tênis. Desejaria ter estudado com 20, 21 anos, quando comecei a pensar no que faria quando deixasse o tênis. As carreiras não são lonas e o final chega mais rápido do que se acredita. Ter algo para pensar fora te tira um pouco a pressão.
As pessoas sempre se lembram que ganhei do Nadal. Foi uma grande sensação pois creio que ninguém esperava. Foi estranho pois justo depois do aperto de mãos me dei conta que não era a final . Pensei comigo mesmo 'não fique muito feliz, não relaxe'. Não queria ser o tio que ganha do Nadal e perde na final. Queria estar concentrado porque se relaxa perde uma partida de forma fácil.
Nesse momento não me dei conta do que havia conquistado. Quando chehguei no vestiário eram 350 mensagens, aí quando me dei conta de que aquilo era ggrande. Aprecio o apoio que tive aquele dia e sigo tendo por gganhar aquele jogo, mas a verdadeira história é Nadal. Nunca veremos ninguém ganhar 12 Roland Garros de novo".