A ex-tenista polonesa Sandra Zaniewska, atual treinadora da francesa Alizé Cornet, organizou uma "vaquinha online" intitulada de "Raquetes pelo Coronavírus", que conta com apoio dos principais tenistas do país, do passado e em atividade.
A ideia da campanha é de arrecadar 500 mil zloti poloneses, o equivalente a R$ 625 mil, para a compra de materiais EPIs, que são para a segurança dos profissionais da saúde e incluem máscaras, aventais e luvas.
Zaniewska explicou que o projeto foi criado em parceria com a fundação Sensoria, que promove cuidados de segurança e educação na área da saúde no país."Devemos agir rapidamente e proteger nossos heróis que estão na linha de frente - médicos, enfermeiros, paramédicos, socorristas", diz o site da iniciativa. "O aquecimento e o tempo defensivo terminaram. A ameaça é real e você precisa agir. Devemos solicitar o equipamento o mais rápido possível", segue.
Ex-142ª da WTA, Zaniewska conta com apoio de nomes como Hubert Hurkacz, Magda Linette, Iga Swiatek e Katarzyna Kawa, que atuam no circuito profissional e da ex-top 2, Agnieszka Radwanska.
Os materiais serão doados a quatro hospitais de quatro grandes cidades do país.
Em entrevista ao site da WTA, a treinadora contou que apesar de estar longe da pupila, cada uma em quarentena no seu país, elas têm conversado e que Cornet tem feito seus treinos no espaço de casa. Questionada se quando voltar o circuito terá uma disparidade entre os atletas que tiveram acesso à quadra durante a quarentena e quem não, a polonesa pontuou que isso pode fazer uma diferença: "Você pensaria que os jogadores que têm acesso às quadras voltariam mais fortes - mas, por outro lado, você pensa: se voltarmos em julho, tudo bem, não é tão longe assim, mas e se voltarmos mais tarde? Esses jogadores podem acabar realmente cansados de praticar. Eles podem até estar um pouco esgotados".
Para a treinadora não é possível prever exatamente o que acontecerá e como voltarão os atletas, no quesito físico: "Não sei o que os outros jogadores estão fazendo, apenas a minha jogadora, mas mesmo dessa perspectiva, estou curiosa para ver como isso vai afetá-la, como ela vai sair disso e o que vai mudar depois. É uma coisa muito, muito interessante de se observar", concluiu.
A Zaniewska é conhecida por ter uma abordagem holística do treinamento, focando na "formação de pessoas" e foi questionada no que mudará no mundo do tênis quando toda a pandemia passar: "Espero que todos fiquem tão felizes em jogar de novo que veremos uma melhora na qualidade do tênis - que as pessoas lutando mais e mais porque não puderam jogar por muito tempo! Isso acontece com jogadores que voltam de lesões, sentem que talvez tenham dado um certo valor por um tempo e agora podem voltar e isso é muito bom. Muitas vezes, os jogadores jogam melhor, são mais felizes em quadra, mais felizes em trabalhar - por isso espero que seja nessa direção".