Seguindo a decisão da Agência Internacional Antidoping (WADA) da última segunda-feira, que suspende os atletas russos das competições mundiais por quatro anos, um dos maiores tenistas da história do país comentou o caso, apoiando a decisão.
A suspensão deixará as delegações russas fora dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, e da Copa do Mundo do Qatar, em 2022. Mediante isso, enquanto a atleta do salto com vara Yelena Isinbayeva criticou a decisão, o medalhista de ouro nas Olimpíadas de Sydney em 2000 e ex-número 1 do mundo Yevgeny Kafelnikov apoiou a suspensão e denunciou um esquema de doping no país.
“Havia um sistema de doping na Rússia, eu não tenho dúvidas disso. Alguém precisa ser punido por isso”, protestou o ex-tenista. “O esporte russo teria uma reputação se essas pessoas, um grupo de pessoas que começaram isso, saíssem e dissessem: ‘Sim, nós estragamos tudo, por favor nos perdoem’. Tenho certeza que se isso acontecesse poderia haver um alívio para os atletas russos. Mas, ninguém quer assumir a responsabilidade por isso. Como resultado, tudo se virou contra os pobres atletas”, contou Kafelnikov ao site russo Sport Express.
Ainda que a delegação russa fique fora das Olimpíadas, os atletas que são testados fora do país, como acontece com os tenistas — que têm um sistema próprio de testes, regras e etc — podem disputar os Jogos atuando por uma bandeira neutra, o que já aconteceu nas Olimpíadas de Inverno de 2018.
“Se eu tivesse que encarar esse dilema entre ir para as Olimpíadas por uma bandeira neutra ou recusar jogar pela bandeira nacional, eu iria pela bandeira neutra. Para todo atleta com respeito próprio, as Olimpíadas são uma prioridade”, pontuou o ex-tenista.
No tênis, a Rússia tem seis atletas que podem atuar nas próximas Olimpíadas, sendo três no ranking masculino — Daniil Medvedev, Karen Khachanov e Andrey Rublev — e três no ranking feminino — Anastasia Pavlyuchenkova, Veronika Kudermetova e Ekaterina Alexandrova. Maria Sharapova, ex-número 1 do mundo e que cumpriu 15 meses de punição por doping entre 2016 e 2017, é apenas a número 131 atualmente e já sinalizou que não disputará as Olimpíadas.